Rock in Rio Erasmo Carlos, de 1985.
O “Tremendão” estava lá quando tudo começou — e volta aos
palcos do festival neste ano
“Eu queria oferecer essa energia de todos nós a muitos dos
nossos que já se foram, que estão aqui com a gente [aponta para o céu]: Big
Boy, Janis Joplin, Jimi Hendrix, John Lennon e o rei do rock ‘n’ roll, Elvis
Presley”.
Foi assim que Erasmo Carlos, o “Tremendão”, reverenciou seus
ídolos do rock na primeira edição do Rock in Rio, em 1985 — antes de começar um
medley de sucessos pauleira da Jovem Guarda, como Minha Fama de Mau, Vem Quente
Que Eu Estou Fervendo, É Proibido Fumar e Festa de Arromba.
Era 11 de janeiro de 1985, o primeiro dia do primeiro Rock in
Rio. Erasmo foi o segundo artista a pisar no palco do festival, logo após Ney
Matogrosso, que abriu a festa para as mais de 470 mil pessoas que lotavam a
Cidade do Rock.
O line-up daquela sexta-feira ainda tinha Baby Consuelo e Pepeu
Gomes, na ala nacional, e os gringos Whitesnake, Iron Maiden e Queen.
“Como evento de porte histórico, [minhas lembranças são] as
melhores possíveis. Grandes artistas internacionais, um novo modo de fazer
shows, de produzir grandes eventos… nesse sentido, muita coisa foi inaugurada
ali”,Naquela primeira edição do festival, o público ainda estava
sendo apresentado à mistura de estilos musicais tão característica do Rock in
Rio — tanto que fãs das bandas mais pesadas, que tocariam depois de Erasmo, não
encararam tão bem o show do Tremendão.
“Não tínhamos, naquela época, uma ideia
tão clara de quem eram essas diferentes ‘tribos’ que estavam surgindo”, conta
ele.
Mas nada que diminua aquele momento histórico.
Alguns dias depois, em 19 de janeiro, Erasmo tocou novamente,
ao lado de AC/DC, Scorpions e Ozzy Osbourne, para um público de cerca de 380
mil pessoas — embalado por sucessos pop como Pega na Mentira e clássicos como O
Calhambeque.
Para quem estava lá, é até difícil acreditar que já que se
passaram 30 anos. Mas o Rock in Rio, assim como Erasmo Carlos e o próprio rock,
não envelhece \o/
Nestes 30 anos, o Tremendão não parou, e já tocou outras duas
vezes nos palcos do Rock in Rio — ambas ao lado de parceiros musicais. Em 2011,
o show foi com Arnaldo Antunes (com quem ele compôs a música Kamasutra); em
2012, em Lisboa, com o músico português Rui Veloso.
E na edição deste ano?
É claro que Erasmo, que está fervendo com o festival desde o começo,
não poderia ficar de fora do line-up. E vem por aí mais um grande encontro,
desta vez com os eternos caras que vão invadir sua praia: Ultraje a Rigor.
O show acontece no dia 26 de setembro, no Palco Sunset \o/
“Erasmo era o bad boy da Jovem Guarda, o que para mim
significa ser ele o verdadeiro pai do rock brasileiro”,diz o pesquisador e produtor musical Marcelo Fróes no site
oficial do Tremendão.
E pensar que tudo começou quando este bad boy assistiu ao
show do norte-americano Bill Haley — considerado o primeiro grande nome do rock
‘n’ roll, responsável por popularizar e gênero no início dos anos 50 com o
grupo Bill Haley & His Comets e a canção Rock Around the Clock— no ginásio
do Maracanãzinho.
“Aquela visão do herói do rock americano em solo brasileiro
abriu a mente de Erasmo: de volta ao bairro, formou os Snakes com os
dissidentes de outro grupo local, os Sputniks”, conta o site oficial… e, daí em
diante, tudo é história.
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