Enem 2013
*Anderson Sotero é jornalista e fez a prova em Salvador
Na sala em que fiz o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em Salvador, os fiscais ficaram conversando na porta (do lado de fora) de costas para os candidatos faltando 1h30 para terminar o primeiro dia de exame no sábado (26).
Um dos candidatos, que estava de óculos escuros por alegar que
"eram de grau", falou em voz alta: "Aí, que prova miserável. Dilma
miserável!". Os fiscais ouviram, mas nada fizeram. Descontraído, ele
ainda fez um pedido à fiscal. "Você vem amanhã? Então, pode guardar
minha caneta?", disse. A fiscal, sorrindo, respondeu que não poderia.
Jornalistas fizeram Enem 2013
Os fiscais também não controlaram o tempo que restava para
finalizar o exame – eles são instruídos a avisar por meio de cartazes o
tempo que resta de prova. No quadro, estava destacado, em ordem
decrescente, o tempo que faltava de a cada meia hora. Quando restavam
menos de 2h30, o quadro marcava que os candidatos tinham 3h. Ninguém
reclamou disso.
No segundo dia, os candidatos tinham seus documentos conferidos e,
dentro da sala, recebiam os cartões de resposta -- o que não aconteceu
no primeiro dia. Chamou minha atenção, o número de ausentes. Na minha
sala, dez faltaram. Quando fui ao banheiro, percebi que na porta das
outras salas estava escrito "10 ausentes", "12 ausentes", "8 ausentes".
Como a prova foi mais exaustiva no domingo (pelo menos na minha
opinião), os candidatos foram menos ao banheiro e pareciam estar mais
concentrados. As questões de português exigiam muita leitura por conta
de enunciados extensos. A prova de matemática também não apresentou
muitas dificuldades, com exceção das últimas questões que, na minha
opinião, exigiam um nível de raciocínio lógico alto. Faltando menos de
duas horas para terminar a prova, grande parte dos candidatos ainda
permanecia na sala.
*Anderson Sotero é jornalista e fez a prova em Salvador
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