Texto apenas suprime da a expressão 'votação secreta', mas não deixa explícito que as votações desse tipo terão que ser abertas.
A emenda constitucional que institui o voto aberto nas votações de
processos de cassação de mandatos de deputados e senadores e de vetos
presidenciais foi promulgada nesta quinta-feira (28) em sessão do Congresso Nacional. “Não há mais espaço na política brasileira para o obscurantismo das decisões envergonhadas e escondidas", comemorou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
A mudança foi promulgada em meio a dúvidas e polêmicas,
levantadas porque o texto promulgado apenas suprime da a expressão
“votação secreta”, mas não deixa explícito que as votações desse tipo
terão que ser abertas.
Na avaliação do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) o fato de os
Regimentos Internos da Câmara e do Senado ainda preverem a votação
secreta nesses casos, pode fazer com que a medida não tenha efeito na
prático. “Penso que à luz do que aprovamos ontem, não acabamos com o
voto secreto na cassação de parlamentares. O meu receio é que nós
estejamos vendendo, de alguma maneira, involuntariamente, gato por
lebre”, disse o senador.
Minutos antes da promulgação o presidente do Congresso, Renan Calheiros
(PMDB-AL) disse que não há motivos para preocupação. Segundo ele a
mudança constitucional garante a votação aberta. “ Este é um
entendimento que não vai a lugar nenhum porque a Constituição prepondera
sobre qualquer regimento. Não há nenhuma duvida jurídica em relação a isso, tanto que nós vamos promulgar”, garantiu Renan.
Com a entrada da lei em vigor os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP),
João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), além de Pedro Henry
(PP-MT) condenados pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470 - conhecida como mensalão - já terão a cassação analisada em votação aberta.
Inicialmente os deputados aprovaram o fim do voto secreto em todas as
votações na Câmara, no Senado e nos legislativos municipais e estaduais
mas o Senado restringiu a medida. De acordo com o texto aprovado, o voto
permanecerá secreto na votação de indicações de autoridades - como
ministros do STF e agências reguladoras - e na escolha dos membros das
Mesas Diretoras da Câmara e do Senado.
Mesmo com as limitações, o presidente da Câmara considerou um avanço a mudança a ser promulgada.
Com Agência Brasil
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