A greve dos rodoviários de Porto Alegre entra neste
domingo em seu sétimo dia e deixa a cidade sem ônibus no feriado de
Nossa Senhora de Navegantes, data tradicional da cidade na qual os
ônibus deveriam circular com passe livre para facilitar a circulação dos
devotos da festa religiosa.
Segundo a Brigada Militar (Polícia Militar gaúcha),
nenhum ônibus deixou sua garagem nesta manhã; a Empresa Pública de
Transporte e Circulação (EPTC) igualmente não disponibilizou, até o
momento, informações refentes à circulação dos coletivos na cidade.
Desde segunda-feira passada, quando o sindicato dos
rodoviários entrou em greve, foram 45 os casos de ônibus que foram
apedrejados ao descumprir a decisão da categoria e tentar colocar os
veículos nas rua; piquetes montados em frente às garagens têm igualmente
impedido a saída dos coletivos.
No sábado, a prefeitura convocou os funcionário da
Companhia Carris Porto-Alegrense - única empresa pública de transporte
municipal de Porto Alegre - a cumprir com a grade de horários previsto
para o feriado de hoje.
Passe livre sem ônibus
Até ontem
pairavam dúvidas sobre a situação da greve no feriado de hoje.
Os
rodoviários sinalizaram ao longo da semana que estariam dispostos a
trabalhar com as catracas liberadas, forma de manter a greve sem
prejudicar a população, mas a opção acabou descartada.
Por lei, os ônibus operam em passe livre no feriado de
Navegantes, razão pela qual havia a possibilidade, posteriormente
descartada, de que os coletivos excepcionalmente saíssem de suas
garagens neste domingo. Oficialmente, o passe livre está mantido.
No feriado de hoje ocorre a tradicional procissão de
Navegantes. Os devotos se concentram na Igreja do Rosário, de onde saem
às 8h em direção à Igreja de Nossa Senhora de Navegantes, percorrendo a
rua Vigário José Inácio, as avenida Mauá, Castelo Branco (pista
centro-bairro) e Sertório.
No Gasômetro - área pública na região central de Porto
Alegre às margens do lago Guaíba -, o movimento era fraco às 11h.
Algumas poucas pessoas se aproximavam da água para suas oferendas.
Uma delas era Carla Madronha Dias, 37 anos, moradora da
cidade vizinha de Charqueadas.
"Cheguei na rodoviária e tive que vir
caminhando para cá (Gasômetro).
Não sei se conseguirei ir até a
Igreja de Nossa Senhor, vai depender se vou conseguir uma lotação",
lamentou ela, que, em condições normais de transporte, teria ido de
ônibus até a Igreja onde terminou a procissão.
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