A rotina cada vez mais corrida nos ambientes de
trabalho tem causado uma série de reflexões na vida do trabalhador,
inclusive no que engloba sua saúde.
Doenças físicas e psíquicas afastam
cada vez mais os profissionais de suas atividades porque não são
tratadas precocemente, o que muitas vezes agrava os diagnósticos.
Conforme o Dr. Álvaro Roberto Crespo Merlo, Médico-Assistente do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Serviço de Medicina
Ocupacional/Ambulatório de Doenças do Trabalho, que esteve na IMED na
última semana, “o grande espaço de proteção da saúde do trabalhador está
dentro da empresa, em bons serviços de saúde onde os psicólogos têm seu
espaço não só na seleção de pessoal, não só no RH, mas que possam
detectar precocemente, que a empresa possa ter uma porta aberta para que
as pessoas possam vir e conversar para evitar que os processos fiquem
crônicos, evitar que as pessoas se adoentem”, explica.
Para a Coordenadora de Pós-Graduação e Educação
Continuada da Escola de Psicologia da IMED, Me.
Vanessa Rissi, o atual
cenário que vem sendo demonstrado através das pesquisas, tanto em nível
de Brasil como de mundo, é que as características da organização do
trabalho não têm favorecido a saúde mental.
“As empresas tem algumas
características que acabam por contribuir no adoecimento como, por
exemplo, uma hierarquia muito centralizada e controladora, uma pressão
muito forte por metas e resultados e que muitas vezes não são
alcançáveis.
Para que essas metas sejam atingidas por vezes, as empresas
desenvolvem estratégias perversas de gestão como, o assédio moral, o
assédio organizacional, a humilhação, a violência psicológica.
Tudo isso
que faz parte da organização do trabalho contribui para que as pessoas
fiquem mais frágeis.
As pessoas criam estratégias defensivas no momento
em que elas começam a sofrer no trabalho, mas nem todas conseguem lançar
mão de estratégias que são criativas, que são saudáveis, pelo
contrário, a maioria das pessoas cria estratégias que acabam em
sofrimento patogênico, ou seja, elas se fragilizam de tal forma que
acabam por adoecer, e esse adoecimento é que vai refletir na empresa por
meio do afastamento no trabalho”, completa.
De acordo com o Dr. Álvaro, esses problemas seriam reduzidos se
as empresas cumprissem a legislação e o Ministério do Trabalho
conseguisse realizar uma fiscalização mais eficaz.
“A empresa, em
primeiro lugar, e depois o estado, através da fiscalização do Ministério
do Trabalho devem fazer cumprir a legislação, porque a questão da saúde
do trabalhador está basicamente ligada com o cumprimento de legislação.
A legislação brasileira não é ruim, as normas regulamentadoras que
definem isso não são ruins, elas são boas, mas as empresas não cumprem.
O
estado tem que ser o intermediador entre o capital e o trabalho, ele
tem que ter um papel muito mais ativo”, frisa.
fonte: Autor, Fonte externa
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