quinta-feira, 1 de maio de 2014

O trabalhador está adoecendo


O trabalhador está adoecendo

Doenças físicas e psíquicas afastam cada vez mais os profissionais.


A rotina cada vez mais corrida nos ambientes de trabalho tem causado uma série de reflexões na vida do trabalhador, inclusive no que engloba sua saúde.

Doenças físicas e psíquicas afastam cada vez mais os profissionais de suas atividades porque não são tratadas precocemente, o que muitas vezes agrava os diagnósticos.

Conforme o Dr. Álvaro Roberto Crespo Merlo, Médico-Assistente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Serviço de Medicina Ocupacional/Ambulatório de Doenças do Trabalho, que esteve na IMED na última semana, “o grande espaço de proteção da saúde do trabalhador está dentro da empresa, em bons serviços de saúde onde os psicólogos têm seu espaço não só na seleção de pessoal, não só no RH, mas que possam detectar precocemente, que a empresa possa ter uma porta aberta para que as pessoas possam vir e conversar para evitar que os processos fiquem crônicos, evitar que as pessoas se adoentem”, explica.
Para a Coordenadora de Pós-Graduação e Educação Continuada da Escola de Psicologia da IMED, Me.

Vanessa Rissi, o atual cenário que vem sendo demonstrado através das pesquisas, tanto em nível de Brasil como de mundo, é que as características da organização do trabalho não têm favorecido a saúde mental.

“As empresas tem algumas características que acabam por contribuir no adoecimento como, por exemplo, uma hierarquia muito centralizada e controladora, uma pressão muito forte por metas e resultados e que muitas vezes não são alcançáveis.

Para que essas metas sejam atingidas por vezes, as empresas desenvolvem estratégias perversas de gestão como, o assédio moral, o assédio organizacional, a humilhação, a violência psicológica. 

Tudo isso que faz parte da organização do trabalho contribui para que as pessoas fiquem mais frágeis. 

As pessoas criam estratégias defensivas no momento em que elas começam a sofrer no trabalho, mas nem todas conseguem lançar mão de estratégias que são criativas, que são saudáveis, pelo contrário, a maioria das pessoas cria estratégias que acabam em sofrimento patogênico, ou seja, elas se fragilizam de tal forma que acabam por adoecer, e esse adoecimento é que vai refletir na empresa por meio do afastamento no trabalho”, completa.

De acordo com o Dr. Álvaro, esses problemas seriam reduzidos se as empresas cumprissem a legislação e o Ministério do Trabalho conseguisse realizar uma fiscalização mais eficaz. 

“A empresa, em primeiro lugar, e depois o estado, através da fiscalização do Ministério do Trabalho devem fazer cumprir a legislação, porque a questão da saúde do trabalhador está basicamente ligada com o cumprimento de legislação. 

A legislação brasileira não é ruim, as normas regulamentadoras que definem isso não são ruins, elas são boas, mas as empresas não cumprem. 

O estado tem que ser o intermediador entre o capital e o trabalho, ele tem que ter um papel muito mais ativo”, frisa. 

fonte: Autor, Fonte externa


padaria central



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