domingo, 24 de agosto de 2014

historia de artista: mais que especial, vale apena conferir.


Cassino do Chacrinha - Último Programa (1988)   



Chacrinha faleceu no dia 30/06/1988. Em 02/07/1988 foi transmitido o último programa gravado pelo Velho Guerreiro.

Atrações:

Placa Luminosa - Mais Uma Vez
Jane e Herondy
Jairzinho e Simony - Adivinha
Jair Rodrigues e As Marcianas - Sonhos Coloridos
Virginie - Más Companhias
Vanusa e Manolo Otero - Eu Não Sei
Jane Duboc - Sonhos
Abelhudos - Dia de Paraíso
Evandro Mesquita - Andar no Céu
Benito Di Paula - Quando a Festa Acabar
Via Negromonte - Preconceito
Entrevista - Rômulo Arantes
Roberto Leal - Fata Morgana
RPM - Partners
Silvinho Blau Blau - Medo Feroz
Paralamas do Sucesso - Uns Dias
Capital Inicial

Chacrinha



Nome completo

José Abelardo Barbosa de Medeiros
Nascimento30 de setembro de 1917
SurubimPernambuco
 Brasil
Morte30 de junho de 1988 (70 anos)
Rio de Janeiro (RJ)
 Brasil
OcupaçãoApresentador de televisão

José Abelardo Barbosa de Medeiros, mais conhecido como Chacrinha (Surubim30 de setembro de 1917 — Rio de Janeiro30 de junho de 1988), foi um comunicador de rádio e televisão do Brasil, apresentador de programas de auditório de enorme sucesso da década de 1950 a 1980. 

Foi o autor da célebre frase: "Na televisão, nada se cria, tudo se copia" . Em seus programas de televisão, foram revelados para o país inteiro nomes como Roberto CarlosPerlaPaulo Sérgio e Raul Seixas, entre muitos outros .

Desde a década de 1970 era chamado de Velho Guerreiro, conforme homenagem feita a ele por Gilberto Gil que assim se referiu a Chacrinha numa conhecida letra de canção que compôs chamada "Aquele Abraço".


  • Infância

Nasceu em SurubimPernambuco, e aos 10 anos de idade mudou-se com a família para Campina Grande, na Paraíba. Aos 17, foi estudar em Recife, capital pernambucana. Começou a cursar faculdade de Medicina em 1936 e em 1937 teve o seu primeiro contato com o rádio na rádio Clube de Pernambuco, ao dar uma palestra sobre alcoolismo. Chacrinha, apesar de sucessivas crises financeiras na família, teve uma infância tranquila.

Início da carreira


Em Recife, ponto de chegada, Chacrinha prosseguiu seus estudos e todos os caminhos pareciam indicar a Faculdade de Medicina para o jovem Abelardo. 

Não pretendendo passar um ano inteiro no quartel, falsificou a data de nascimento na cédula de identidade e acabou ingressando no Tiro de Guerra

Após esta experiência, foi tocar bateria. Dois anos depois de começar seus estudos de medicina, em 1938, caiu nas mãos de colegas já formados que o salvaram de uma apendicite supurada e gangrenada. 

Ainda convalescente da delicada cirurgia, ele, como percussionista do grupo Bando Acadêmico, decidiu aos 21 anos, viajar, como músico no navio Bagé rumo à Alemanha

Porém, naquele dia estourou a Segunda Guerra Mundial que agitava o mundo em 1939 o fizeram desembarcar na então capital federal, o Rio de Janeiro onde se tornou locutor na Rádio Tupi

Em 1943, lançou na Rádio Fluminense um programa de músicas de Carnaval chamado Rei Momo na Chacrinha, que fez muito sucesso. Passou então a ser conhecido como Abelardo "Chacrinha" Barbosa. 

Nos anos 1950 comandaria o programa Cassino do Chacrinha, no qual lançou vários sucessos da música brasileira como Estúpido Cupido, de Celly Campelo, e Coração de Luto, do artista gaúcho Teixeirinha

E, no Cassino do Chacrinha, ele fingia, com sons e ruídos, que lá aconteciam enormes festas e lançamentos.

Carreira televisiva


Em 1956 estreou na televisão com o programa Rancho Alegre, na TV Tupi, na qual começou a fazer também a Discoteca do Chacrinha. Em seguida foi para a TV Rio e, em 1967, foi contratado pela Rede Globo

Chegou a fazer dois programas semanais: Buzina do Chacrinha (no qual apresentava calouros, distribuía abacaxis e perguntava "-Vai para o trono, ou não vai?") e Discoteca do Chacrinha

Cinco anos depois voltou para a Tupi. Em 1978 transferiu-se para a TV Bandeirantes e, em 1982, retornou à Globo, onde ocorreu a fusão de seus dois programas num só, o Cassino do Chacrinha, que fez grande sucesso nas tardes de sábado.

Frases e bordões


Uma frase sua que era muito citada afirmava que "Na televisão nada se cria, tudo se copia".

Alcançou grande popularidade com os seus programas de calouros, nos quais apresentava-se com roupas engraçadas e espalhafatosas, acionando uma buzina de mão para desclassificar os calouros e empregando um humor debochado, utilizando bordões e expressões que se tornariam populares, como "Teresinha!""Vocês querem bacalhau?""Eu vim para confundir, não para explicar!" e "Quem não se comunica, se trumbica!".

Jurados e as "chacretes"


Os jurados ajudavam a criar o clima de farsa, no qual se destacaram Carlos ImperialAracy de AlmeidaRogériaElke Maravilha e Pedro de Lara, dentre muitos outros. 

Outro elemento para o sucesso dos programas para TV eram as chacretes - dançarinas profissionais de palco, que faziam coreografias para acompanhar as músicas e animar o programa. No início eram conhecidas como as "vitaminas do Chacrinha". 

Além da coreografia ensaiada, as dançarinas recebiam nomes exóticos e chamativos como Rita Cadillac, Índia Amazonense, Fátima Boa Viagem, Suely Pingo de Ouro, Fernanda Terremoto, Cristina Azul, entre outras.

Cinema


Chacrinha apareceu em filmes brasileiros dos anos 1960 e 1970, geralmente interpretando ele mesmo. 

No filme Na Onda do Iê-iê-iê, de 1966, ele encena seu programa de calouros "A Hora da Buzina", exibido na TV Excelsior. Dentre os calouros, estavam Paulo Sérgio (como ele mesmo) e Silvio César(que interpretava o personagem César Silva). 

Chacrinha diz diversos de seus bordões: "Vai para o trono ou não vai?", "Como vai, vai bem? Veio a pé ou veio de trem?", "Cheguei, baixei, saravei". Há também outras frases engraçadas, quando ele diz que "Graças a Deus o programa acabou".

Carnaval e Morte


Anualmente, lançava em seu programa uma marchinha para o Carnaval. Conhecido como Velho Guerreiro, em 1987 foi homenageado pela Escola de Samba carioca Império Serrano com o enredo "Com a boca no mundo - Quem não se comunica se trumbica", foi a única vez que desfilou numa escola de samba, surgiu no último carro alegórico, que reproduzia o cenário de seu programa, rodeado de chacretes, de Russo (seu assistente de palco) e Elke Maravilha.

Em outubro de 1987 recebeu, dos professores Annita Gorodicht e Paulo Alonso, o título de "doutor honoris causa" da Faculdade da Cidade, no Rio. 

Seu aniversário de 70 anos foi comemorado em setembro de 1987 com um jantar oferecido em sua homenagem pelo então Presidente da RepúblicaJosé Sarney.

Durante o ano de 1988, já doente, foi substituído em alguns programas por Paulo Silvino. Ao voltar à cena, no mês de junho, comandou a atração com João Kléber, até que pudesse se sentir forte novamente. Faleceu no dia 30 de junho de 1988, às 23h30, de infarto do miocárdio e insuficiência respiratória (tinha câncer no pulmão) aos 70 anos. O último programa Cassino do Chacrinha foi ao ar em 2 de julho de 1988.

Curiosidades


Quando o bacalhau encalhou nas Casas da Banha, seu patrocinador na TV Tupi, Chacrinha arrumou um jeito de reverter a situação. Durante o programa, virava-se para o auditório: "Vocês querem bacalhau?", e atirava o peixe para o auditório, onde a plateia disputava a tapa o produto. As vendas explodiram e ele explicou: "Brasileiro adora ganhar um presentinho.". Chacrinha era um dos mais ilustres e notórios torcedores do Vasco da Gama, chegando a se apresentar em seu programa com a camisa do Vasco ou um quepe estilizado com o escudo do clube.


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