o Estado precisa de um investimento superior a R$ 173 milhões.
O Rio Grande do Norte
possui, atualmente, 177 lixões a céu aberto. Para extinguir o problema e
obedecer o que determina o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o
Estado precisa de um investimento superior a R$ 173 milhões.
O montante
seria usado para eliminar os lixões, construir pelo menos cinco aterros
sanitários e algumas estações de transbordo.
Apenas onze municípios
potiguares dão destino correto ao lixo e, mesmo assim, alguns destes
ainda possuem irregularidades.
Frankie Marcone
No RN existem 177 lixões e apenas dois aterros sanitários
Ontem,
dia 2, encerrou o prazo estabelecido pela Lei nº 12.305/2010 (Lei de
Resíduos Sólidos) para que os 5.600 municípios brasileiros deixem de
jogar resíduos em lixões a céu aberto.
No entanto, a maioria dos
municípios potiguares não cumpriu o prazo definido há quatro anos.
Neste
período, o Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
(Pegirs/RN) foi apresentado e dividiu o Estado em cinco regiões. Cada
região articulou consórcios e tenta viabilizar projetos.
Para
o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte
(Fermurn), Benes Leocádio, o prazo definido pela lei foi muito curto e é
impossível que municípios pequenos cumpram o PNRS. “É um prazo
curtíssimo.
Nesses quatros anos, se agravou a crise financeira dos
municípios. Como partir para um investimento extraorçamentário em um
período de crise como este?”, questionou.
O mestre em engenharia
sanitária e técnico da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos
Recursos Hídricos (Semarh), Sérgio Pinheiro, esteve à frente da
elaboração do Pegirs/RN e é responsável pela assessoria na criação de
planos municipais em 108 cidades nas regiões do Seridó, Alto Oeste e
Agreste.
De acordo com o Pegirs/RN, a forma mais viável economicamente
para destruir os 177 lixões existentes e implantar os aterros sanitários
necessários, é a criação de consórcios intermunicipais.
“Tivemos cinco
modelos de regionalização dos consórcios e o que foi escolhido levou em
consideração a viabilidade econômica dos projetos.
Não é barato e os
municípios sozinhos não têm condições de arcar com a construção e
manutenção dos equipamentos”, revela Pinheiro.
Segundo
levantamento feito pelo engenheiro, é necessário pelo menos R$ 300 mil
para destruir cada um dos 177 lixões e recuperar as áreas afetadas nos
municípios.
Já para construir os cinco aterros sanitários e as estações
de transbordo, o investimento é de aproximadamente R$ 120 milhões. A
soma dos investimentos resulta em uma conta superior a R$ 173 milhões.
“Deste montante, o Estado possui pelo menos R$ 22 milhões para os
aterros do Alto Oeste e Seridó”, explica.
Sérgio Pinheiro informa
ainda que o Pegirs/RN está em processo de revisão.
O documento foi
criado em 2009, ou seja, um ano antes da Lei 12.305 ser promulgada.
“Na
verdade está sendo feito um novo plano e deve ser apresentado em abril
do próximo ano. Atualmente, está em andamento o processo de diagnóstico
dos lixões nos municípios”, coloca.
Proibição
De acordo
com a Lei 12.305, desde ontem, os gestores municipais estão proibidos
de manter lixões em funcionamento.
No entanto, a disposição em lixões é
proibida desde 1981, quando da instituição da Política Nacional de Meio
Ambiente (Lei Federal 6.938/1981); e é crime ambiental desde 1998,
quando da promulgação da Lei Federal 9.605/1998 (Lei dos Crimes
Ambientais).
A Lei 12.305/2010 define que, até ontem, deveria ser
implantada a disposição final ambiental adequada dos rejeitos.
A lei é
muito mais restritiva: não diz somente que os resíduos devem ser
adequadamente dispostos (em aterros sanitários e não em lixões), mas
estabelece claramente que somente os rejeitos devem ser dispostos,
esgotadas todas as possibilidades técnicas e econômicas de
reaproveitamento e de reciclagem.
fonte: tribuna do norte
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