Conheça a história de vida do bispo Romualdo Panceiro e de sua família.
Quem
conhece o bispo Romualdo Panceiro da Silva, de 55 anos, e sua esposa,
Marcia Barbosa Panceiro, de 47 anos, casados há 27 anos, sabe bem que
não lhes falta fé para ajudar os que precisam. Nascidos no Rio de
Janeiro, eles já passaram por Estados como São Paulo e Minas Gerais,
pregando a mensagem da fé. Já no exterior eles viveram alguns anos no
México, na Argentina e, atualmente, estão nos Estados Unidos, em Los
Angeles, cuidando do trabalho da Universal no país.
O que talvez muitos não saibam é que,
durante toda essa trajetória, eles vivenciaram problemas sérios.
Ele já
passou fome, andou de sapato furado e viu o pai ficar louco. Já ela sabe
bem a dor de uma mãe que tem o filho na mais tenra idade arrancado dos
seus braços.
E essa última situação eles viveram já convertidos. Por que
será que tudo isso aconteceu? Confira as respostas na entrevista
exclusiva à Folha Universal.
Como foi a infância de vocês?
Ele: Minha família morava na melhor
casa do bairro do Rio de Janeiro, compras chegavam de caminhão. Mas tudo
isso mudou quando eu tinha 6 anos e vi o meu pai ficar louco. Ele
tentou até me enforcar. Depois disso, fui morar com meus tios dos 6 aos
14 anos, vivi longe dos meus pais. Quando eu completei 15 anos, minha
mãe alugou uma casa no Rio de Janeiro com muita dificuldade e trouxe a
gente para morar com ela. Uma semana depois que estávamos morando na
casa, veio uma enchente e acabou com tudo. Foi quando começamos a passar
fome. Eu tive de deixar os estudos para trabalhar. Mas, para piorar a
situação, comecei a usar drogas. Como não tínhamos o que comer, eu e
meus irmãos subíamos no pé de manga e o almoço e o jantar eram as
mangas, quando estava na época da fruta. Já o estado do meu pai só
piorou. Eu até o reencontrei depois de tudo o que aconteceu, mas ele
acabou morrendo de câncer. Eu me envolvi mais ainda com as drogas. Eu
passava o tempo todo nos morros do Rio de Janeiro cheirando cocaína. Eu
também tive problema de gota, uma doença que afeta as articulações.
Ela: Os meus pais serviam aos
espíritos malignos e esses espíritos diziam que queriam me matar. Com
medo, passei a ter insônia, tomava calmante escondido, escutava barulhos
estranhos pela casa. Aos 10 anos, o meu pai teve uma amante. Minha mãe,
ao descobrir, quase tentou suicídio tomando veneno. Foi assim que vivi
toda a minha infância, tendo que lidar com os meus problemas espirituais
e com os dos meus pais.
Como aconteceu a mudança na vida de vocês?
Ele:
Eu era office-boy numa empresa e a minha chefe me convidou pra ir à
Universal. Eu fui pela primeira vez na igreja da Antiga Capelinha, o
bispo Macedo estava fazendo o culto e eu tinha 24 anos nessa época. Fui
curado da doença, abandonei as drogas. Eu ia todos os dias a pé à
igreja, pois não tinha dinheiro para o ônibus. O que eu havia encontrado
era tão precioso que eu nem me importava de ir andando.
Ela: Minha mãe, ao ouvir um programa
da Universal no rádio, decidiu ir à igreja. Em pouco tempo buscando a
Deus o meu pai deixou a amante, nossa família deixou de morar de favor,
eu comecei a dormir em paz, enfim, tudo de ruim saiu de nossas vidas. Eu
passei a frequentar também. Eu tinha 16 anos, só que no começo eu ia à
igreja mais por gratidão a Deus. Até que um namorado que eu gostava
muito me deixou. Foi ali que vi que precisava me entregar a Jesus de
verdade.
E por que decidiram servir a Deus no Altar?
Ele: Depois de oito meses que eu
estava na igreja, foi numa reunião no Maracanãzinho, feita pelo Bispo
Macedo, que eu tive um encontro com Jesus. Foi uma experiência
extraordinária com Deus. Eu saí dali diferente, feliz da vida e veio o
desejo de servir a Deus. Uma semana depois, fui batizado no Espírito
Santo e comecei a fazer aula de candidato a obreiro, até que eu fui
levantado obreiro e depois pastor.
Ela: Eu sabia que queria servir a
Deus. Eu estudava, trabalhava, mas nunca passou pela minha cabeça que
seria esposa. Surgiu em mim um desejo enorme de evangelizar, a ponto até
da minha mãe falar que estava demais. Eu tinha um sonho de fazer
faculdade de biologia, de ter cinco filhos, mas, depois que entrei na
Obra, todos esses sonhos foram deixados de lado, porque eu fui aceitando
o chamado de Deus na minha vida.
Como se conheceram?
Ele:
Eu era obreiro da Abolição e a via sempre na igreja. Uma vez, sentei
perto dela, a luz acabou e a gente começou a conversar. No sábado
seguinte, voltamos a nos ver e logo perguntei se podia levá-la em casa.
Ela aceitou e fomos conversando. Quando chegamos, o pai dela me pediu
ajuda para carregar um tapete novo, eu o ajudei e me tornei conhecido da
família dela. Mas ela não me queria.
Ela: Eu estava orando pela vida
amorosa, mas eu não queria me envolver com ele, porque na verdade nem
meu amigo ele era, ele simplesmente me levou em casa. Só que, depois
disso, todos os dias ele me ligava, passamos a ir ao cinema. Passamos
oito meses assim, até que um dia ele viajou e eu senti falta dele. Sem
contar que eu admirava muito a dedicação dele a Deus. Começamos a
namorar e um ano e meio depois nos casamos.
Vocês tiveram dificuldades de adaptação?
Ela: Com Deus ou sem Deus, todo
casal tem. Eu me lembro de que, no início, eu chorava muito porque o
Romualdo tem um temperamento mais agitado, ele é muito direto no falar e
eu era mais sensível. Eu aprendi a lidar com isso.
Quais os momentos mais difíceis que passaram na Obra de Deus?
Ele: No México, passamos por muitas
dificuldades, pois havia uma lei contra a igreja. Recebemos uma carta da
imigração dizendo que os 11 pastores que lá estavam deveriam deixar o
país. Foi uma perseguição religiosa. Mas oramos, nenhum saiu e a igreja
cresceu. Também fomos vítimas de calúnias quando passamos em Minas
Gerais. Mas acredito que a maior injustiça foi quando nos tiraram a
guarda do nosso filho.
Como aconteceu isso?
Ele:
Nós adotamos o Fábio em 1998, quando ele tinha 2 anos. Ele era
português e quando tinha 6 anos, a Justiça de lá determinou que ele
deveria voltar para a antiga responsável por ele. Eu estava em São Paulo
quando isso aconteceu. A Marcia ia visitá-lo em Los Angeles, onde ele
morava, mas não tínhamos condições de continuar nessa rotina.
A mãe que
pegou a guarda dele dos 6 até 19 anos trabalhou a cabeça dele contra a
gente, dizendo que nós é que não queríamos ficar com ele. Ela mudou de
casa e perdemos o contato com ele. Quando ele completou 18 anos, essa
mãe o colocou na rua. Foi quando ele conheceu a droga e passou a dormir
na rua. Em 2013, fomos transferidos para Los Angeles e, em dezembro
passado, ele achou a Marcia no Facebook. Ele pediu ajuda. Nós o
trouxemos para cá, mas mesmo aqui conosco ele teve uma overdose. Não foi
fácil, já que, depois de 13 anos, o filho que havia sido entregue no
Altar de Deus volta para a gente cheio de problemas. Nós oramos por ele
intensamente, até que, recentemente, eu fui inaugurar uma igreja em
Boston e ele foi comigo. Nesse dia, ele chorou por 40 minutos como nunca
havia feito antes. Então, decidiu mudar. Ele disse para mim: “pai, eu
quero me batizar”. Hoje, ele já é outra pessoa, assiste aos cultos todos
os dias e está cada vez mais envolvido com as coisas de Deus.
Por que Deus permitiu que isso acontecesse?
Ele: Eu sabia que por trás disso
tudo tinha a ação do mal, mas eu tinha certeza que Deus iria fazer algo,
porque eu o havia apresentado no Altar Dele. Por outro lado, o fato do
Fábio ter sofrido dessa maneira longe de nós fez que ele chegasse ao
fundo do poço e decidisse se entregar a Deus. Ele saiu da lama como eu
saí. Nem sempre quando algo é tirado das nossas mãos a gente perde,
porque somos da fé. Deus permite certas coisas para que possamos sentir a
dor do povo e, com essas experiências, ajudar mais pessoas. Esse é o
recado que quero deixar para os leitores da Folha Universal: tudo
coopera para o nosso bem. É quando a pessoa está no fundo do poço que é a
hora que ela olha para o céu e tem a mão de Deus estendida, porque não
há lugar aonde a mão de Deus não chegue.
Perfil do casal
Comida predileta
Ele: espaguete à bolonhesa, com o molho separado, e bife
Ela: sopa de legumes
Hobby
Ele: jogar futebol
Ela: ir ao cinema
Livro predileto
Ele: O Poder Sobrenatural da Fé, do Bispo Edir Macedo
Ela: Mananciais do Deserto, de Lettie Cowman
O que um mais gosta no outro
Ele: eu gosto da discrição dela
Ela: Eu gosto desse jeito comprometido com Deus que ele tem
Sonho
Ele: o meu sonho é realizar o sonho dos outros
Ela: assistir a uma reunião feita pelo meu filho, como pastor
postado por cicero luis
fonte: Por Cinthia Meibach / Fotos: Cedida - Arquivo pessoal
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