Até que ponto a mídia pode alterar uma história?
Quando a Rede Globo decidiu exibir recentemente o especial Tim Maia — Vale o que Vier levou a sério um dos refrões mais conhecidos do cantor: “Vale tudo, vale o que vier, vale o que quiser”. Para a emissora da família Marinho, de fato vale tudo, até mesmo alterar a história e contá-la como não aconteceu.
Pelo menos, é o que indicam os críticos musicais e até mesmo a família do cantor, falecido em 1998: “Vi o filme do meu pai... Nossa, ruim... Contei 18 coisas que não fazem parte com a realidade (...) Meu pai não merecia algo tão tendencioso”, destacou Léo Maia, filho de Tim Maia, nas redes sociais.
Além dele, o diretor do filme de Tim Maia, Mauro Lima, também fez apelo pela internet e pediu aos fãs do cantor para não assistirem à minissérie da Globo: “Aos seguidores que não viram Tim Maia no cinema, sugiro que não assistam essa versão que vai ao ar hoje e amanhã na Globo. Trata-se de um subproduto que não escrevi daquele modo, nem dirigi ou editei”.
A amizade retratada entre Tim Maia e Roberto Carlos na minissérie também foi alvo de críticas. Os dois músicos cantaram juntos na banda The Sputniks, nos anos 1960, mas o grupo musical logo acabou porque Roberto Carlos procurou seu espaço na carreira solo. Enquanto isso, Tim viajou para os Estados Unidos, quando a música negra americana estava em alta, e, quando retorna do exterior, procura pelo antigo amigo, que está fazendo sucesso com performances imitando o Rei do Rock, Elvis Presley.
Vale ressaltar também que a relação de Tim Maia com a Rede Globo não era das melhores. De acordo com seu biógrafo, Nelson Motta, o cantor foi expulso da emissora por ter faltado ao programa Domingão do Faustão, na década de 1990. Como é possível confiar em uma emissora que é desmentida pela opinião pública? Se altera a história de uma biografia, o que será que faz com fatos que possuem relevância política?
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