quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Com enredo polêmico, Beija-Flor é eleita campeã do Carnaval 2015 no Rio.

 Carnaval 2015


 Com enredo polêmico patrocinado pela Guiné Equatorial, a Beija-Flor foi eleita campeã do Carnaval 2015 no Rio. 


O resultado foi revelado durante apuração das notas, realizada nesta quarta-feira (18), na Sapucaí. 

Este é o 13º título da Beija-Flor. O penúltimo foi em 2011, com enredo sobre o cantor Roberto Carlos.


Desde o começo da apuração, a Beija-Flor figurou entra as primeiras colocadas. 

A partir do quesito mestre-sala e porta-bandeira, assumiu o primeiro lugar. 

A Viradouro, do início ao fim da apuração em último lugar, foi rebaixada para a Série A, o grupo de acesso.

A Beija-Flor foi a terceira escola a entrar na Sapucaí na segunda noite de desfiles do Carnaval carioca. 

Ovacionada pela plateia aos gritos de "é campeã!", a agremiação de Nilópolis defendeu um enredo patrocinado pelo país africano comandado há 35 anos por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que, segundo a ONG Anistia Internacional, é acusado de violações de direitos humanos, tortura e prisões arbitrárias.

Puxado mais uma vez por Neguinho da Beija-Flor, que comemora 40 anos à frente da escola, o enredo "Um Griô Conta a História: um Olhar Sobre a África e o Despontar da Guiné Equatorial. 

Caminhemos Sobre a Trilha de Nossa Felicidade" levou para a avenida alegorias feitas com búzios, palha e sisal. Griô, na mitologia africana, é um contador de histórias orais.

As seis melhores colocadas voltam à avenida no próximo sábado, dia 21, a partir das 20h30, para o desfile das campeãs. 

Desfile

A Beija-Flor de Nilópolis entrou na avenida disposta a se reabilitar do sétimo lugar obtido no Carnaval passado. 

Com um visual imponente, a azul e branca trouxe para a Sapucaí mais um enredo de matriz africana, tão cara à sua trajetória no Carnaval. 

Exaltando a Guiné Equatorial, trouxe carros alegóricos gigantescos e fantasias esmeradas.
A bateria, dos mestres Plínio e Rodney, apresentou um andamento bem cadenciado. 

Nos setores finais da avenida, a Beija-Flor pecou em evolução, abrindo um grande buraco entre alas após o recuo da bateria – o que acabou não atrapalhando na luta pelo título. 

A escola teve mais uma vez Raíssa Oliveira como rainha de bateria e também a atriz Claudia Raia como madrinha, representando uma deusa soberana. 

Polêmica

De acordo com uma reportagem do jornal "O Globo", a escola teria recebido R$10 milhões de patrocínio da Guiné Equatorial. 

O presidente do país africano é um dos líderes mais ricos do continente e tem imóveis em diversos países, inclusive no Brasil. 

Na escola, apenas o embaixador da Guiné Equatorial no Brasil, Benigno-Pedro Tang, desfilou. 

Ele saiu no último carro alegórico. O vice-presidente do país e outras autoridades assistiram ao desfile de um camarote próprio. 

Tang negou que o governo de seu país tenha financiado a Beija-Flor. "Foram financiadores culturais", afirmou. "O governo não tem nada a ver com isso. 

Somente pessoas do meio cultural", disse Tang ao jornal O Estado de S. Paulo.

"O que a imprensa divulgou é uma soma muito excessiva. Se quiserem, podemos verificar e fazer a estimativa em detalhes em vez de falar no ar", acrescentou.

Ao final do desfile, Laíla, presidente da comissão de carnaval da Beija-Flor, criticou a imprensa ao falar sobre a polêmica. 

"Tem tanta coisa para jornalistas se preocuparem, tantas mazelas, e querem pegar o Carnaval, uma escola de samba honesta, de comunidade carente, que vive na miséria, para tirar proveito.

É sujo", disse ele na dispersão, acrescentando que não fala sobre valores. 

"O país [Guiné Equatorial] é maravilhoso. Nós sabemos fazer carnaval. Eu não suporto política. Eu não falo de política." 

Apuração

Nenhuma escola foi penalizada antes do início da leitura dos votos. 

Assim como em São Paulo, o quesito evolução foi definido como critério de desempate caso duas escolas de samba ficassem empatadas com o mesmo número de pontos ao final da apuração.

Para ter um bom julgamento no quesito evolução, a escola deve apresentar perfeito entrosamento entre a dança dos componentes e o ritmo do samba executado pela bateria. Desfiles lentos ou acelerados demais podem perder pontos. 

Em um dos momentos curiosos da apuração, foi anunciado que uma das notas do quesito alegorias e adereços da Unidos da Tijuca não foi lançada no sistema pelo jurado. 

Pelo regulamento, repete-se a nota mais alta no mesmo quesito dada à escola. No caso, nota 10.

Desfile das Escolas de Samba do RJ 2015 - Beija flor e Ilha - Compacto.



Padaria Central

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