A produção do Rock in Rio anunciou em uma entrevista coletiva nesta
terça-feira (17) as atrações que farão o show de abertura no Palco
Mundo, em homenagem aos 30 anos do festival.
Entre elas estão
Ney Matogrosso, Erasmo Carlos, Ivete Sangalo, Ivan Lins, Paralamas do
Sucesso, Blitz, Samuel Rosa e Haroldo Ferreti (do Skank), Titãs, Frejat,
Dinho Ouro Preto, Jota Quest. Andreas Kisser (do Sepultura) e George
Israel (do Kid Abelha).
"A ideia era que o show fluísse. Vai ser
uma grande celebração da música brasileira. Ainda não decidimos quais
músicas serão tocadas. Não quero ser o ditador.
Mas serão provavelmente
as músicas que foram tocadas no primeiro show, em 1985", afirmou Dinho
Ouro Preto, que assina a produção artística do show de abertura.O vocalista do Capital Inicial esteve em quase todas as edições do
festival, tendo faltado apenas a primeira em 1985.
"Eu tinha acabado de
me mudar para Brasília e não tinha dinheiro na época", lembrou.
Ao longo
dos anos, os artistas nacionais conquistaram seu espaço no rock
brasileiro, comentou.
"Hoje, nós brasileiros somos tratados de igual
para igual como os artistas estrangeiros.
Esta foi uma conquista do rock
e de todos os artistas brasileiros. Estamos à altura dos profissionais
internacionais".
Dinho ainda brincou ao relembrar a sensação de
pisar no Palco Mundo. "Você treme antes de pisar, não há nenhum outro
palco comparável".
Mais duas bandas anunciadas
Além dos convidados para o show de abertura, Roberta Medina,
vice-presidente do Rock in Rio, anunciou duas bandas brasileiras que
irão tocar no palco Mundo.
Os paulistas do CPM 22 se apresentarão no dia
24 de setembro, na mesma noite do System of a Down, e Cidade Negra fará
show no dia 27 de setembro.
Esta é a segunda vez que o Cidade
Negra participa do festival. Em 2011, o grupo dividiu o Palco Sunset com
o rapper Emicida e o sambista Martinho da Vila.
Para o
vocalista Toni Garrido, cada palco tem uma característica específica.
Enquanto o Sunset tem uma característica de criação, o Mundo tem uma
grandiosidade.
"É a chance de fazer o show que a gente sempre teve
vontade de fazer, com cenário bacana, músicas encaixadas e um espetáculo
audiovisual marcante.
É um palco gigante e tem que estar preparado
fisicamente", comentou ao UOL.
Garrido garante que será "deslumbrante" a apresentação da banda
criada há 27 anos, quase o mesmo tempo de festival.
"É uma vitória, um
momento de comemoração. O quanto caminhamos até chegar aqui no RIR",
disse.
As bandas que já tocaram
Evandro
Mesquita recorda do momento político em que o Brasil vivia durante a
primeira edição do festival, em 1985.
"Naquele momento era um astral no
Brasil de fim de ditadura, Diretas Já, as pessoas queriam celebrar.
A
Blitz já fazia shows em ginásio, mas participar no Palco ao lado de Rod
Stewart e James Taylor, as grandes bandas que a gente admirava, foi
demais, inesquecível".
Três décadas depois, Mesquita afirma
sentir um clima muito semelhante. "As pessoas voltaram às ruas e querem
assumir de novo o Brasil.
É outro momento histórico, mas tão forte
quanto. Música boa não tem prazo de validade e atravessa gerações. O RIR
virou uma marca fundamental no cenário pop", disse.
O
baterista dos Paralamas voltará este ano no show de abertura. João
Barone esteve em 1985 e retornou com o grupo na abertura do festival em
2011.
"É um desafio incrível celebrar os 30 anos do festival. Com o
passar do tempo, o show de abertura foi ganhando uma importância enorme
no festival, é o abre-alas do alto astral do Rock in Rio".
Os Paralamas
ainda não anunciaram qual canção devem tocar no show de abertura, mar
Barone dá o palpite de que "Óculos" entrará na lista.
Já os Titãs, estiveram praticamente em todas as edições do festival. Tony Belotto conversou com o UOL
e lembrou algumas de suas participações.
"A gente sempre participou do
RIR, tivemos show próprio, ja dividimos o palco com o Paralamas, com a
banda portuguesa Chutes e Pontapés no Sunset, em 2011, no Rio e, em
2012, em Portugal. Tocamos em 1991, 2011 e 2012 em Lisboa."
"Quando muitos músicos se juntam, naturalmente, há alguma coisa de
improvisação.
Vai ser uma edição de consagração depois de 30 anos, um
festival que já está consolidado.
A gente está homenageando um festival
muito importante no mundo inteiro e também prestigiando todos os
artistas que fizeram e construíram a música e o rock brasileiro nesses
últimos anos. É importante para as novas gerações", afirmou.
Desde o retorno do festival em 2011, o Brasil tem realizado a cada dois
anos o evento.
Em Lisboa, o Rock in Rio já comemorou dez anos. A Espanha
tem o evento suspenso desde 2012 quando foi a última edição. A grande
novidade do RIR será a sua estreia nos Estados Unidos com a realização
em Las Vegas, em maio.
"Essa próxima edição no Rio terá uma
carga muito grande de emoção e responsabilidade.
Queremos contar a
história do RIR através das músicas dos artistas e bandas que estiveram
nas edições do festival.
O RIR se transformou na bandeira de uma geração
que buscava por liberdadehá muito tempo.
É essa força que o público
levou naquele ano que nos traz até hoje.
A música reune todos numa mesma
direção, concilia as diferenças", disse ao UOL Roberta Medina.
Após o anúncio do show de abertura, os músicos Evandro Mesquita, Toni
Garrido, Dinho Ouro Preto e Eramos Carlos fizeram uma jam session para
os convidados.
A produção do festival já tinha anunciado as
bandas internacionais Mastodon, De La Tierra, Slipknot, Faith No More,
Katy Perry, System Of a Down, A-Ha, Queens of the Stone Age, Hollywood
Vampires, Metallica, Queen + Adam Lambert e John Legend.
A sexta
edição do Rock in Rio no Brasil será na Cidade do Rock, no Rio de
Janeiro, nos dias 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27 de setembro.
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