Depois de fumar por mais de 30 anos, a
advogada Regina Almeida, de 50 anos, precisou deixar o vício do cigarro
por motivos de saúde, a advogada foi internada às
pressas por causa do vício.
"Eu estava com pneumonia Não
conseguia respirar e estava sentindo muita dor no peito esquerdo. Quase
morri É por um milagre que estou viva", relata. Regina não fumou desde o
acontecido.
No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), cerca de 10 milhões de mulheres possuem o vício de
fumar, sendo que o cigarro é responsável pela morte de 40% das mulheres
brasileiras com menos de 65 anos.
Especialistas alertam que as mulheres são mais sensíveis aos malefícios causados pelo uso do cigarro.
Segundo o médico oncologista e professor
do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de
Sorocaba, Gilson Delgado, essa sensibilidade ocorre por causa de
diferenças hormonais existentes entre homens e mulheres.
O oncologista
ressalta que as mulheres fumantes têm mais chances de ter câncer de colo
de útero e de mama.
"O tabagismo aumenta levemente o risco. A mulher
que fuma tem a probabilidade um pouco maior do que a mulher que não
fuma", diz.
Conforme o médico pneumologista e professor do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba, José Rosalvo Santos Maia, o aumento da incidência de fumantes é maior no público feminino.
Conforme o médico pneumologista e professor do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba, José Rosalvo Santos Maia, o aumento da incidência de fumantes é maior no público feminino.
"Os homens ainda fumam mais que as mulheres. Mas nos últimos dez anos, a
incidência ao tabagismo é proporcionalmente maior entre as mulheres.
No
geral, atualmente, homens e mulheres estão fumando menos do que fumavam
há 20 anos", ressalta.
Para o pneumologista, a grande preocupação com a
mulher fumante está relacionada à gestação.
Quanto as mulheres que fumam durante a gravidez, o oncologista Delgado alerta que há risco de aborto, de ter o bebê prematuro ou abaixo do peso.
Quanto as mulheres que fumam durante a gravidez, o oncologista Delgado alerta que há risco de aborto, de ter o bebê prematuro ou abaixo do peso.
"Além disso, há chances da criança nascer com o coeficiente
intelectual menor do que o de filhos de mulheres que não fumam",
destaca.
Os males do cigarro
O tabagismo causa várias doenças à saúde humana, principalmente nas vias respiratórias.
Os males do cigarro
O tabagismo causa várias doenças à saúde humana, principalmente nas vias respiratórias.
Segundo o pneumologista Maia, os problemas considerados
mais comuns entre os fumantes são a doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC), as sinusites de repetição, doenças do coração e tumor nas vias
aéreas.
"Praticamente 100% dos fumantes terão essa doença", reforça o
oncologista Gilson Delgado, complementando que entre os principais
cânceres causados pelo cigarro estão o pulmão, o de cabeça, pescoço e
bexiga.
O tabagismo também piora as doenças alérgicas, como rinite e asma.
O tabagismo também piora as doenças alérgicas, como rinite e asma.
Maia
destaca que pessoas fumantes têm maior probabilidade de contrair
qualquer tipo de câncer, principalmente de pulmão. Segundo o
especialista, 90% das pessoas que têm câncer de pulmão são tabagistas.
Além das doenças respiratórias, o uso frequente do cigarro causa o
envelhecimento precoce e problemas bucais. Segundo Maia, as alterações
causadas na pele pelo cigarro são irreversíveis.
"A idade aparente de
quem fuma é sempre maior do que a idade cronológica da pessoa", diz.
De acordo com o pneumologista, as chances de contrair doenças são as mesmas para os fumantes passivos, principalmente para as crianças.
De acordo com o pneumologista, as chances de contrair doenças são as mesmas para os fumantes passivos, principalmente para as crianças.
"As
crianças que têm um grande contato com fumantes contraem mais doenças
nas vias respiratórias do que as crianças que não convivem com
tabagistas", explica. Maia diz ainda que as crianças com pais fumantes
possuem mais chances de se tornarem tabagistas.
Longe do vício
Filhos e saúde. Esses são os principais motivos para algumas mulheres deixarem o vício de fumar.
Longe do vício
Filhos e saúde. Esses são os principais motivos para algumas mulheres deixarem o vício de fumar.
A operadora de telemarketing Adriana Senger
Albino Mentone, de 40 anos, deixou o cigarro quando engravidou.
"Eu
fumava há nove anos, mas precisei parar porque minha gravidez era de
risco. Como era um ato pela saúde do meu bebê, não achei difícil.
Faz
quatro anos que não fumo mais e não sinto falta", relata. Fumar para
Adriana era um hábito.
"O cigarro me proporcionava um certo alívio,
principalmente depois de um dia tumultuado. Eu ficava mais relaxada
depois que fumava um cigarro", conta. Mas ela garante que hoje se sente
muito bem sem o cigarro. "Minha saúde melhorou depois que parei. Me
sinto menos cansada. Agora consigo respirar melhor."
Segundo o pneumologista, a grande maioria das pessoas começa a fumar por volta dos 14 anos.
Segundo o pneumologista, a grande maioria das pessoas começa a fumar por volta dos 14 anos.
"Essa é a idade em que os adolescentes querem
experimentar coisas diferentes.
A maior parte das pessoas começa a fumar
por curiosidade ou para fazer parte de determinados grupos", explica.
Esse foi o caso da dona de casa Leucádia Elizabeth de Zito, de 63 anos,
que começou a fumar com 19 anos. "Naquela época era chique fumar.
Eu
queria acompanhar a moda. Mas as pessoas não ensinavam que o cigarro
prejudica a saúde e que é viciante", conta. Leucádia não fuma há dez
anos por causa de um sonho.
"Eu sonhei que estava morta e meus filhos
estavam me velando. Depois desse sonho, percebi que eu era mais forte
que o cigarro", conta.
A dona de casa diz que hoje vê o mal que fez para
as pessoas quando fumava.
"Hoje não posso nem sentir o cheiro do
cigarro. Deus tirou totalmente a minha vontade de fumar. Me sinto bem
melhor. Não tenho mais cansaço e sou mais alegre."
O pneumologista destaca que quanto mais precoce é o início do tabagismo, mais difícil fica para deixar o vício.
O pneumologista destaca que quanto mais precoce é o início do tabagismo, mais difícil fica para deixar o vício.
A designer de interiores
Caroline Mendes, de 26 anos, começou a fumar quando tinha 16 anos e hoje
está lutando para deixar o vício. Caroline não fuma há quatro meses e
já está percebendo os benefícios de deixar o cigarro.
"Eu estou me
sentindo bem melhor. Consigo sentir melhor o gosto das comidas. Tenho
mais fôlego.
Agora consigo correr. Minha pele melhorou. Percebi muitas
diferenças durante esse tempo", ressalta. Caroline já havia tentado
deixar o vício antes, mas desta vez tomou a iniciativa porque estava
sentindo dor no peito.
Maia diz que alguns estudos mostram que o aumento de peso é a principal barreira para a mulher deixar o vício.
Maia diz que alguns estudos mostram que o aumento de peso é a principal barreira para a mulher deixar o vício.
"A pessoa que para de fumar
engorda de dois a três quilos, principalmente as mulheres. Isso pode ser
controlado com uma dieta adequada e atividade física", explica.
A
advogada Regina engordou 25 quilos depois que deixou o vício. "Antes, eu
já tinha tentado parar de fumar. Mas eu sofri muito. Precisei tomar
remédios.
Os primeiros meses de abstinência são os mais difíceis. Eu
tinha tremores. Para aliviar a ansiedade substitui o cigarro por doces",
conta. Regina diz que ainda sente falta do cigarro.
"Quando lembro de
tudo que passei, resisto. Eu adorava fumar, era minha paixão. Mas agora
estou lutando todos os dias para largar esse vício."
Como largar
Conforme o oncologista Delgado, toda pessoa que fuma é considerado fumante, independente da habitualidade que usa o cigarro. Segundo ele, o tabagismo pode ser leve ou pesado.
Como largar
Conforme o oncologista Delgado, toda pessoa que fuma é considerado fumante, independente da habitualidade que usa o cigarro. Segundo ele, o tabagismo pode ser leve ou pesado.
O tabagismo pesado, conforme o
médico, é quando a pessoa fuma mais de dez cigarros por dia. O
oncologista diz nesse estágio é mais difícil deixar o vício.
O especialista diz que é preciso duas coisas para parar de consumir cigarro: vontade e ajuda profissional.
O especialista diz que é preciso duas coisas para parar de consumir cigarro: vontade e ajuda profissional.
"A pessoa precisa querer, ter
vontade e determinação. Sem vontade ninguém consegue deixar o cigarro",
ressalta.
Para Delgado a orientação médica é indispensável,
principalmente para as pessoas que fumam muito.
"O índice de volta em um
ano para pessoas que deixam o vício, sem apoio especializado, é de 80%.
Já para as pessoas que deixam o cigarro com apoio profissional, o índice de volta cai para 40%", explica.
Já para as pessoas que deixam o cigarro com apoio profissional, o índice de volta cai para 40%", explica.
fonte: Jéssica Nascimento /programa de estágio.
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