A falta de uma proposta concreta
explicando como o governo federal compensará os Estados pelas eventuais
perdas de arrecadação com a unificação das alíquotas interestaduais do
ICMS inviabilizou ontem um consenso dentro do Conselho Nacional de
Política Fazendária (Confaz).
Pela proposta, as alíquotas em operações
interestaduais seriam reduzidas nos Estados do Sul e Sudeste de 12% para
4%. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de 12% para 7%. Rio Grande do
Norte, Pernambuco, Paraná e Ceará, porém, são contra.
As
regras do Confaz, órgão que reúne o Ministério da Fazenda e os
secretários de Fazenda de 26 estados e do Distrito Federal, exigem que
os acordos sejam aprovados por unanimidade.
O fechamento do
acordo facilitaria a aprovação, pelo Senado, da resolução que unifica,
de forma gradual, a alíquota do ICMS interestadual em 4% em oito anos.
Mesmo assim, os parlamentares podem votar o tema sem a concordância dos
quatro estados. O texto está parado na Casa desde 2013.
Estados,
principalmente do Nordeste, ainda estavam receosos de abrir mão dos
incentivos fiscais - usados para atrair investimentos - sem uma posição
mais detalhada da União sobre o ressarcimento. Com isso, a reunião do
Confaz, realizada ontem em Goiânia, terminou sem acordo sobre a redução
do Impostol – cobrado quando uma mercadoria passa de um estado para
outro. A medida é considerada essencial para pôr fim à guerra fiscal
entre os estados.
Segundo o Confaz, Ceará, Paraná, Rio Grande do
Norte e Pernambuco votaram contra o convênio.
O Amazonas prometeu
enviar uma resposta até o início da próxima semana. Goiás, Espírito
Santo e Santa Catarina, três estados que anteriormente tinham se
manifestado contrários aos termos da unificação do ICMS, reverteram a
posição e votaram a favor.
Compensações
Ao abrir o
encontro, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy reiterou a necessidade de
que o ICMS seja uniformizado.
O ministro prometeu estudar formas de
criar fundos federais ou instrumentos financeiros que compensem a perda
de arrecadação dos estados, mas disse ser cedo para se comprometer com
valores ou fórmulas e que os empréstimos não podem provocar prejuízo
fiscal à União.
“Não há uma confirmação de onde virão os recursos
previstos e os Estados brasileiros estão calejados”, disse o secretário
de Fazenda do Ceará, Mauro Benevides Filho.
No último dia 31, em
audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o
ministro tinha admitido a possibilidade de que o prazo para a
convergência das alíquotas fosse estendido para até dez anos.
Para ele, o
importante é a unificação do ICMS sair do papel para dar clareza de
regras e atrair investimentos privados nos estados.
Ontem, Levy
evitou utilizar a palavra “fundo”. A proposta do governo que chegou ao
Congresso em 2012 previa a constituição de dois fundos com recursos
orçamentários da União e empréstimos do BNDES.
O ministro, porém, pediu
mais um mês para que Estados e União construam juntos o modelo do que
chama de “instrumentos” para compensar as perdas de arrecadação de ICMS e
para investimentos que promovam o desenvolvimento regional.
fonte: tribuna do norte
fonte: tribuna do norte
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