Frigorífico
Frigorífico (português europeu) ou geladeira (português brasileiro) (também conhecido por refrigerador no Brasil, e geleira em Moçambique e Angola), é um utensílio eletrodoméstico utilizado na conservação de alimentos.
O termo frigorífico é usado no Brasil para designar geladeiras de grande porte.
Consiste em um armário metálico com prateleiras e gavetas e uma porta isolante, para manter o frio no interior do utensílio.
O frio é produzido por um compressor, normalmente movido por um motor elétrico.
Na maior parte dos casos, o frigorífico doméstico possui um compartimento para fabricar gelo e congelar produtos frescos, embora uma cozinha possa ter um destes eletrodomésticos e ainda um congelador separado (por exemplo, uma arca frigorífica).
Este utensílio é um descendente das antigas casas-de-gelo e caixas-de-gelo, que usavam gelo natural produzido no inverno nas regiões frias.
Ainda hoje as caixas térmicas, com isolamento plástico, são usadas para levar coisas frescas para a praia, quando se vai acampar, para a pequena venda-a-retalho de cervejas e refrigerantes), além de utilização no transporte de materiais sensíveis como alguns tipos de medicamentos.
Para além da versão doméstica, são comuns os frigoríficos industriais
que podem ser do tamanho de um doméstico, mas especializados para
variados tipos de produtos (como bebidas ou sorvetes), até ao tamanho de um cômodo de uma casa, ou maiores, como os utilizados em entrepostos frigoríficos para conservar pescado, carne ou vegetais para exportação, importação, ou para distribuição. Neste caso recebem o nome de "câmara frigorífica".
História
A primeira máquina refrigeradora foi construída em 1856, usando o princípio da compressão de vapor, pelo australiano James Harrison, que tinha sido contratado por uma fábrica de cerveja para produzir uma máquina que refrescasse aquele produto durante o seu processo de fabricação, e para a indústria de carne processada para exportação.
Em 1891(New Jersey 14 de Junho)o afro-americano John Standart criou
um novo design nas maquinas de refrigeração dando criação a geladeira.
Na áreas dos transportes de carga as primeiras experiencias iniciaram em 1851, nos EUA, e em 1857, foi construído o primeiro bem sucedido vagão refrigerado para a indústria de carnes de Chicago e, em 18661 o primeiro vagão com refrigeração apropriada para frutas, também nos Estados Unidos.
O primeiro frigorífico doméstico só apareceu em 1913 e foi batizado DOMELRE (DOMestic ELectric REfrigerator), mas este nome não teve sucesso e foi Kelvinator
o nome que popularizou este utensílio nos EUA.
Tal como a maioria dos
seus descendentes modernos, este frigorífico era arrefecido por meio de
uma bomba de calor de duas fases.
Outro que se tornou muito popular foi o General Electric "Monitor-Top", que apareceu em 1927.
Ao contrário dos predecessores, neste frigorífico o compressor, que
produzia bastante calor, estava colocado no topo do aparelho, protegido
por um anel decorativo.
Foram vendidos mais de um milhão destes
aparelhos, dos quais alguns ainda estão em funcionamento.
No Brasil
O primeiro aparelho produzido no Brasil, foi construído no ano de
1947, em uma pequena oficina na cidade de Brusque em Santa Catarina. De
1947 a 1950, Guilherme Holderegger e Rudolf Stutzer já tinham fabricado,
na oficina de Brusque, 31 aparelhos movidos a querosene.
Então surge um
novo personagem, Wittich Freitag, um comerciante bem sucedido da cidade
de Joinville-SC, que convence os dois a montarem uma fábrica.
Fechada a
sociedade entre os três, em 15 de julho de 1950 entra em operação a
CONSUL, primeira fábrica de refrigeradores do Brasil, na cidade de
Joinville.2
Funcionamento
O funcionamento de um frigorífico baseia-se em três princípios:
- O calor transfere-se das zonas quentes para as zonas frias (ou menos quentes).
- A pressão é proporcional à temperatura. Ou seja, aumentando a pressão, aumenta-se a temperatura.
- A evaporação de um líquido retira calor. Fenómeno análogo à sensação de frescura sentida pela evaporação de álcool sobre a pele, ou pela transpiração.
No interior de cada refrigerador existe uma serpentina oculta
(evaporizador) onde circula um gás muito frio (-37 °C).
O calor dos
alimentos é transferido para este gás que vai aquecendo à medida que
percorre a serpentina.
Para transferir esse calor para o exterior usa-se
um compressor que ao aumentar a pressão ao gás, aumenta-lhe a
temperatura.
Este gás aquecido segue para o condensador (a serpentina
visível na parte traseira do frigorífico), onde troca calor com o ar
exterior, arrefecendo o gás e condensando-o.
O líquido refrigerador
passa então por uma válvula de expansão ou garganta, que provoca um
abaixamento brusco na pressão e consequente evaporação instantânea e
auto-arrefecimento. Este gás frio entra no frigorífico e completa-se o
ciclo termodinâmico.
Conforme descrito acima no item 2, o funcionamento está baseado no
princípio dos gases perfeitos (ou gás ideal) e na Lei de Boyle-Mariotte.
Seguindo estas regras, se um gás for comprimido (aumentando sua
pressão), o mesmo irá aquecer.
O efeito contrário ocorre quando esta
pressão diminui, isto é, o gás sofre uma queda de temperatura.
A
finalidade do compressor é basicamente esta, comprimir o gás para
aquecê-lo e empurrá-lo para a serpentina onde ocorre a troca de calor.
Quando chega à placa evaporadora, onde está a válvula de expansão,
ocorre uma queda brusca da pressão, acompanhada também de uma queda na
temperatura.
Alguns frigoríficos não utilizam energia elétrica mas energia
térmica, queimando querosene, diesel ou qualquer forma de geração de
calor.
Essas máquinas são extremamente silenciosas pois nao tem partes
móveis além dos líquidos e gases que passam em seu interior.
Muito
comumente são utilizados em áreas onde energia elétrica não é facilmente
disponível como trailers e regiões rurais ou em situações onde o
barulho do compressor pudesse incomodar, como quartos de hospital ou
hotéis de luxo.
O ciclo termodinâmico nesses casos é chamado de Refrigeração por absorção. Essas máquinas são relativamente sensíveis à inclinação.
O princípio de funcionamento deste tipo de aparelho está relacionado à
Lei de Dalton.
Segundo a lei de Dalton, a pressão de uma mistura de
gases e/ou vapores que não reagem quimicamente entre si é igual à soma
das pressões parciais de cada, ou seja, das pressões que cada um teria
se ocupasse isoladamente o mesmo volume, na mesma temperatura.
O ciclo por absorção usa amônia como gás refrigerante e hidrogênio e
água como substâncias auxiliares.
A pressão total é teoricamente a mesma
em todos os pontos do circuito. O que muda são as pressões parciais.
Em
um trecho, a pressão parcial da amônia é menor que a do hidrogênio e o
contrário em outro trecho.
Assim, ambos os gases circulam pelo sistema.
Tal diferença de pressões parciais é produzida pela água, que tem grande
afinidade pela amônia e quase nenhuma pelo hidrogênio.
Em funcionamento, o vaporizador recebe solução concentrada de amônia
em água.
O vaporizador é aquecido por meio de uma chama alimentada por
GLP ou querosene.
Este aquecimento vaporiza a solução e a amônia, por
ser mais volátil, é separada da água no separador.
Assim, a água que sai
do mesmo é uma solução diluída de amônia em água.
O vapor de amônia é
liquefeito no condensador e, ao sair, se mistura com hidrogênio.
Portanto, a pressão da amônia diminui devido à presença de outro gás na
mistura.
A mistura de amônia e hidrogênio passa pelo evaporador,
produzindo o resfriamento.
Em seguida, se encontra com a água quase pura
do separador e ambas passam pela serpentina do absorvedor.
Conforme já dito, a água tem elevada afinidade com a amônia e quase
não tem com o hidrogênio.
Assim, na saída do absorvedor, a amônia está
dissolvida na água e o hidrogênio está livre, retornando ao evaporador. A
solução concentrada de amônia em água retorna ao vaporizador,
reiniciando o ciclo.
A existência de sifões nas saídas do condensador e do separador
servem para impedir a passagem do hidrogênio. Portanto, no lado do
condensador/separador, a pressão total é praticamente a pressão parcial
da amônia.
A diferença de pressões parciais entre as partes mantém o
fluxo do ciclo enquanto houver aquecimento.
A eficiência destes sifões, e
o perfeito funcionamento deste tipo de equipamento está diretamente
relacionada a um bom nivelamento do mesmo no piso.
Eficiência energética
A eficiência elétrica de um refrigerador residencial é basicamente
função da sua capacidade, mas existem diferenças de nível se o sistema
possui freezer (-18 graus Celsius) combinado ou é um sistema de 1 porta
somente com compartimento gelado (-3 a -5 graus Celsius).
Do ponto de
vista energético não vale a pena ter um refrigerador 1 porta e um
freezer como 2 equipamentos separados quando é possível ter ambos em um
único equipamento.
Também é importante notar que para uma dada
capacidade existe uma grande variação de eficiências, deixando claro que
é muito importante realizar uma comparação antes da compra, pois o
refrigerador é um dos itens que mais consome energia numa residência.
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