João Vaccari Neto foi detido nesta quarta (15) quando saía para se exercitar.
Cunhada dele também teve mandado de prisão expedido pela Justiça.
O tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto,
chegou à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, no
Paraná, às 12h50 desta quarta-feira (15). Vaccari foi preso, durante a 12ª fase da Operação Lava Jato, em casa por volta das 6h, quando saía para praticar exercícios.
Ele é suspeito de ter papel semelhante ao do doleiro Alberto Youssef no
esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras.
Desde
que surgiram as denúncias, no ano passado, Vaccari tem negado a
participação dele e de familiares no esquema.
De acordo com a Polícia Federal e com o Ministério Público Federal
(MPF), Vaccari está envolvido nos crimes de desvio de dinheiro na
Petrobras, possivelmente, desde 2004.
A polícia afirmou que a reiteração de práticas criminosas por parte do
tesoureiro tem tom de desafio às instituições e de desrespeito à
Justiça.
Vaccari entrou pela porta principal da Polícia Federal em um carro
escoltado pelos policiais.
Como o mandado contra ele é de prisão
preventiva, não há prazo para expirar.
O tesoureiro do PT, conforme a
polícia, deve fazer exame de corpo de delito ainda nesta quarta-feira no
Instituto Médico-Legal (IML). Segundo a Polícia Federal, ele deve ser
ouvido pelos delegados nesta quinta-feira (16).
Esta nova fase da Operação Lava Jato também tem mandado de prisão
temporária contra a cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima.
Entretanto, ela não foi localizada. Contra a esposa de Vaccari, Giselda
Rousie de Lima, havia o mandado de condução coercitiva. Ela foi ouvida
em casa.
De acordo com a Polícia Federal, o depoimento não foi
proveitoso, ou seja, nada acrescentou à investigação.
As suspeitas
Ao analisar o suposto papel de Vaccari no esquema bilionário de
corrupção, desvio e lavagem de dinheiro – desvendado pela Operação Lava
Jato – PF e MPF consideram que o tesoureiro tem função similar a do
doleiro Alberto Youssef.
Vaccari foi denunciado
pelo MPF por ser suspeito de participar de reuniões com o ex-diretor de
Serviços da Petrobras Renato Duque para tratar de pagamentos de
propina, que era paga por meio de doações oficiais de empreiteiras ao
PT.
Dessa maneira, os valores chegavam como doação lícita, mas eram oriundas de propina.
O MPF aponta que foram 24 doações em 18 meses, no valor de R$ 4,260
milhões.
Contudo, tanto a Polícia Federal, quanto o MPF dizem não ser
possível afirmar quanto foi de fato foi doado e quanto foi arrecada de
forma ilícita.
Nesta quarta-feira, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal
afirmaram que a família de Vaccari tem diversas operações financeiras
suspeitas de valores significativos.
Foram, ainda conforme a polícia,
realizados depósitos no total de R$ 300 mil em três anos.
A quebra do
sigilo bancário do tesoureiro do PT já foi solicitada à Justiça.
“Não há indicativo de crime, apenas suspeita de que estes valores
tenham origem ilícita”, afirmou o procurador do Ministério Público
Federal Carlos Fernando dos Santos Lima.
Além disso, operações de compra e venda de um apartamento por parte da cunhada do tesoureiro também são investigadas.
Além disso, operações de compra e venda de um apartamento por parte da cunhada do tesoureiro também são investigadas.
Segundo a polícia, Marice de Lima adquiriu um apartamento por R$ 200
mil e o vendeu para a empresa OAS por R$ 400 mil.
Este mesmo imóvel,
conforme as investigações, foi vendido pela empreiteira por um valor
menor.
“Aparentemente é uma operação típica de lavagem de dinheiro”,
pontuou o procurador.
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