No dia 11 de agosto, celebra-se, no
Brasil, o Dia do Advogado, em memória da criação das duas primeiras
faculdades de Direito do país no ano de 1827.
Aos onze dias do mês de agosto, é comemorado no Brasil o Dia do Advogado.
A escolha dessa data remete ao dia em que foram instituídas, no ano de
1827, as duas primeiras faculdades de Direito do Brasil, a saber: a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, e a Faculdade de Direito de Olinda,
em Pernambuco – que foi transferida para a cidade de Recife em 1854.
Dessa forma, a comemoração do Dia do Advogado, no Brasil, é, antes, uma
celebração sobre o início do ensino das disciplinas jurídicas em solo
brasileiro.
Ao contrário de outros países da América
Latina, que, desde o seu primeiro século de colonização, tiveram a
instalação de universidades em seus territórios, o Brasil, até a fase do
Império, não havia recebido nenhuma instalação de instituição
educacional oficial.
Com exceção do sistema de ensino levado a cabo
pelos jesuítas, as primeiras faculdades propriamente ditas a serem
construídas no Brasil foram as de São Paulo e Olinda, cinco anos após a
Independência do país.
Mais do que formar bacharéis em Direito –
prática que se tornou uma verdadeira “epidemia” no século XIX (todos os
filhos de famílias abastadas eram destinados às faculdades de Direito)
–, as faculdades de Olinda e São Paulo tornaram-se os primeiros centros
de formação de intelectuais, no sentido mais amplo do termo. Foi das
faculdades de Direito que saíram nomes como Castro Alves, Gonçalves Dias, Joaquim Nabuco, Pontes de Miranda, Sílvio Romero, Tobias Barreto e muitos outros.
Até a década de 1930 (época em que foi
criada a Universidade de São Paulo), todo o pensamento sociológico,
antropológico, jurídico, histórico e toda crítica cultural e política
(exposta em veículos jornalísticos) era derivada dos bacharéis em
Direito.
Assim, os primeiros centros de ensino do Direito eram também
escolas de pensamento, onde eram discutidas ideias como o
republicanismo, o abolicionismo, o liberalismo, o conservadorismo,
darwinismo social etc.
Um exemplo notável foi o da Escola de Recife,
liderada por Tobias Barreto, na segunda metade do século XIX.
Nessa
época, a Faculdade de Direito de Olinda já havia se transferido para
Recife, e Barreto notabilizou-se por divulgar o pensamento de vários
filósofos de língua alemã no Brasil, desenvolvendo um pensamento
jurídico e sociológico muito particular para os padrões da época.
Nesse sentido, as faculdades de Direito do século XIX tiveram importância crucial para a formação da “inteligência brasileira”.
fonte: Cláudio Fernandes
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