Deputado Carlos Augusto Maia foi algemado pelos inspetores da PRF
O deputado Carlos Augusto Maia (PTdoB) fez pronunciamento no
início da tarde desta quarta-feira (5) para explicar o incidente em que se
envolveu no fim de semana, durante a festa em Caicó.
Acusado por inspetores da
Polícia Rodoviária Federal (PRF) por suposto abuso de autoridade, o deputado
negou o crime e afirmou que vai processar os policiais.
O delegado da Polícia
Civil que atendeu o caso afirma que não houve desacato ou abuso de autoridade
por parte do parlamentar.
Segundo Carlos Augusto Maia, a abordagem policial começou de
maneira comum, com os policiais solicitando
a habilitação do motorista do carro e o documento do automóvel em que
estava o deputado e mais quatro pessoas, após festa na cidade.
De acordo com o parlamentar,
o motorista apresentou a habilitação, mas o documento do carro não havia sido
encontrado.
Foi quando o parlamentar desembarcou do veículo e encontrou o
documento ao lado do banco do carona.
Ainda na versão do parlamentar, após entregar o documento,
ele se incomodou com uma filmagem que estava sendo realizada por um inspetor da
PRF e foi quando teve início o impasse entre o parlamentar e os inspetores. A
filmagem, inclusive, foi exibida durante o pronunciamento.
Nas imagens, produzidas pela própria PRF, o deputado aparece
questionando o inspetor que filmava a operação.
O deputado, que afirma não ter
se identificado como deputado estadual, disse que não autorizava o vídeo e
recebeu como resposta do inspetor que ele não precisava autorizar.
Ao afirmar
que também filmaria o policial, o inspetor que estava com a câmera questionou:
"está filmando com os olhos?".
Em seguida, o deputado aparece no chão
sendo algemado por cinco policiais, que o acusam de desacato por ter tentado
parar a filmagem.
No transcorrer do vídeo Carlos Augusto se identifica como
deputado estadual e os inspetores afirmam que ele está preso por desacato ao
autoridade e resistência à prisão. O deputado,
por sua vez, dá voz de prisão a
um dos inspetores e cobra a retirada da algema, o que só é atendido após longa
discussão entre inspetores e uma pessoa que se identificou como advogado do
parlamentar - que também é advogado.
"Nos 17 minutos do vídeo eles tentam tirar a minha
razão. O vídeo é editado e não mostra a rasteira que eu levei e me fez ir ao
chão.
Me senti humilhado", disse o deputado. (Veja abaixo momento em que
deputado é derrubado) Ao chegarem à delegacia,
o delegado Helder Carvalhal
afirmou que o deputado não estava preso e que não havia elementos que
indicassem desacato ou abuso de autoridade por parte do parlamentar. (Vídeo
mostra momento em que deputado é derrubado).
"Os inspetores alegaram que foram desacatados. Colhemos
declarações pela manhã e tarde e, pelos elementos colhidos, não enxerguei
atitude que pudesse ser considerada um desacato nem abuso por sua função de
deputado.
Não vi resistência, não vi um risco que pudesse causar às pessoas
presentes", disse o delegado.
"Ao analisar o vídeo fornecido, as
imagens reforçam o conjunto de elementos que demonstraram não haver o desacato,
resistência. Vi um cidadão que não se apresentou como deputado até o momento em
que foi necessário se apresentar e estava no direito de questionar os
procedimentos", disse o delegado, afirmando ainda que o Ministério Público
Federal e a Justiça Federal tratarão sobre o caso.
Apesar de afirmar que o incidente está superado na esfera
política, apesar do desgaste, Carlos Augusto Maia disse que vai acionar os
inspetores judicialmente. "Vou buscar reparação e o faço não só por mim,
mas por todos que passaram pelo que eu passei", garantiu.
fonte: tribuna do norte
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