GRANDES NOMES DA MUSICA.
Roupa Nova | |
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Integrantes do grupo da esquerda para a direita: Serginho Herval, Nando, Cleberson Horsth, Paulinho, Ricardo Feghali e Kiko | |
Roupa Nova é uma banda brasileira formada no início da década de 1980 no estado do Rio de Janeiro.
Ainda hoje encontra-se em plena atividade. A banda consiste nos músicos Serginho Herval, Paulinho, Kiko, Nando, Ricardo Feghali e Cleberson Horsth.
História
A banda surgiu em agosto de 1980, devido a mudanças ocorridas após 1978 no grupo chamado Os Famks1 , e mantém até hoje sua formação original.
É composta por Paulinho (percussão e vocal), Serginho Herval (bateria e vocal), Nando (baixo e vocal), Kiko (guitarra, violões e vocal), Cleberson Horsth (teclados e vocal) e Ricardo Feghali (piano, teclados e vocal).
São os atuais recordistas em trilhas sonoras de novelas, com mais de 30 músicas2 .
Além delas, "Videogame" se tornou a trilha sonora do Jornal da Manchete, da extinta Rede Manchete[carece de fontes]. Temas famosos são "Dona" (Roque Santeiro, 1985), "A Viagem" (A Viagem, 1994) e "Coração Pirata" (Rainha da Sucata, 1990).
O grupo também esteve presente na gravação original de outros dois temas bastante conhecidos, o "Tema da Vitória", usado nas transmissões das corridas de Fórmula 1 da Rede Globo, imortalizado nas vitórias do piloto brasileiro Ayrton Senna, e o tema do Rock in Rio, em 1985.
Outro grande sucesso da carreira do Roupa Nova é "Whisky a Go Go", composição de Michael Sullivan e Paulo Massadas, gravada originalmente em 1984, tema de abertura da novela da Rede Globo Um sonho a mais. "Whisky a go-go" é um grande sucesso presente até os dias de hoje, tanto nos shows do grupo quanto em danceterias, clubes e festas.
Algumas novelas tiveram mais de uma música do Roupa Nova em sua trilha sonora.
É o caso de Um sonho a mais de 1985, que além do hit "Whisky a Go Go", tema de abertura, tinha também "Chuva de Prata" na voz de Gal Costa com participação especial do sexteto.1
Na novela Corpo Santo, exibida pela extinta Rede Manchete em 1987, o tema de abertura era "Um Lugar no Mundo" do Roupa Nova.
Além desta canção o grupo estava presente em "Amor Explícito" (ao lado de Simone) e "Um Sonho a Dois" (ao lado de Joanna). O feito se repetia em Felicidade,
de 1991.
Dessa vez, o Roupa Nova emplacaria dois grandes sucessos da
sua carreira: "Felicidade", que era o tema de abertura, e "Começo, Meio e
Fim", tema do casal principal Álvaro e Helena (formado por Tony Ramos e Maitê Proença).
A música "Ibiza Dance", tema de abertura da novela Explode Coração, de 1995, ganhou versão remix ("Ibiza Dance Remix") 3 que também entrou para a trilha sonora da novela e foi faixa de uma compilação extra lançada no mesmo ano.
Ainda em novelas, a canção "Amor de Índio", gravada pelo Roupa Nova em 2001 para o álbum Ouro de Minas, fez parte da trilha sonora de duas novelas da Rede Globo.
A primeira em 2001, Estrela Guia, tema dos personagens de Sandy e Guilherme Fontes, e a segunda em 2007, Desejo Proibido, tema da personagem Laura, vivida por Fernanda Vasconcellos.
Outra canção do Roupa Nova que acabou se tornando tema de duas novelas foi "Sensual", de 1983, que embalou as novelas Voltei pra Você, da Rede Globo, e O Direito de Nascer, na época exibida pelo SBT.
Em 2004, o Roupa Nova estreou seu selo próprio com o lançamento do CD e DVD RoupaAcústico 1, o qual veio a ser um grande sucesso de público e crítica e teve continuação com RoupaAcústico 2, que em menos de uma semana vendeu mais de 70.000 cópias.1
Os dois lançamentos acústicos do Roupa Nova ajudaram a renovar o
público da banda. Se tornou comum e frequente a presença de um público
formado por adolescentes e jovens nos shows do grupo.
Seu álbum mais bem sucedido é o do ano de 1985, que contém vários sucessos, tais como "Dona", "Seguindo no trem azul", "Linda Demais",
"Sonho" e "Show de rock'n roll".
O álbum alcançou a marca de 2,2
milhões de discos vendidos, alavancando de vez a carreira da banda, que a
cada ano vinha se tornando mais popular.4
O Roupa Nova se tornou presença constante em programas de auditório como o Programa Raul Gil, Discoteca do Chacrinha5 , Perdidos na Noite, Programa Hebe e Domingão do Faustão, entre outros.
Durante a sua carreira, o Roupa Nova fez parcerias com os grandes nomes da música brasileira e artistas internacionais, como The Commodores6 , com quem gravou a canção "Esse tal de repi enroll", tema da novela Meu Bem Meu Mal, de 1990, David Gates (ex-vocalista do Bread7 ), com quem gravou "De Ninguém" para o álbum Através dos Tempos, de 1997, e a canção "Volte neste natal", para o álbum Natal Todo Dia, de 2007, e a banda Ben's Brother, que participou da faixa "Reacender", do CD e DVD Roupa Nova em Londres, de 2009.8
O Roupa Nova também fez parcerias com Roberto Carlos, Ivete Sangalo1 , Rita Lee, Amelinha9 , Sandra de Sá1 , Tavito10 , Zélia Duncan1 , Fagner, Steve Hackett, David Coverdale, Fafá de Belém, Lulu Santos, Leandro e Leonardo, Daniel, Ney Matogrosso, Luciana Mello1 , Marjorie Estiano, Pedro Camargo Mariano, Cláudia Leitte, Elba Ramalho1 , Ed Motta, Chitãozinho e Xororó, José Augusto, Hangar, Byafra1 , Tony Garrido, Padre Marcelo Rossi, Simone, Joanna, Milton Nascimento, Beto Guedes, Alex Cohen, Sá e Guarabyra, Angélica e Gal Costa, entre outros.
Os grandes incentivadores da carreira do Roupa Nova são Mariozinho Rocha, diretor musical da Rede Globo, o responsável pelo nome da banda 11 1 , o maestro Eduardo Souto Neto com quem o Roupa Nova gravou o "Tema da Vitória" 12 e o cantor e compositor Milton Nascimento que homenageou a banda com a canção "Nos bailes da vida".13
Os integrantes do grupo são músicos requisitados nos estúdios e foram
responsáveis por muitas gravações, para vários cantores e bandas, dos
mais variados gêneros, principalmente durante a década de 1980, quando o
pop rock brasileiro ganhou destaque.
Vários artistas famosos também já regravaram canções compostas pelos integrantes do Roupa Nova, como é o caso de Sandy e Júnior com a canção "A lenda", a dupla sertaneja Rick e Renner com as canções "A Força do amor" e "De volta pro futuro", o cantor Eduardo Costa, com "Linda Demais", "Meu Universo É você" e "Volta pra mim", a dupla sertaneja Victor & Léo com "Retratos rasgados" e a banda KLB com "Whisky a go go".
É a banda brasileira com maior tempo de formação, mais de 30 anos de estrada e com seus membros originais.1
Em junho de 2005 o Roupa Nova foi o vencedor do Prêmio TIM de Música na categoria Canção Popular, recebendo dois prêmios: o de melhor disco com Roupacústico16 , disputando com Beleza Roubada de Dulce Quental e Outros Planos da banda 14 Bis, e o prêmio de melhor grupo16 , disputando com Red e 14 Bis.
Em 2007 o Roupa Nova recebe novamente o Prêmio TIM de Música, desta vez na categoria Canção Popular como melhor grupo com o álbum RoupaAcústico 2,18 concorrendo com o grupo The Originals.
Em 2009 o grupo recebeu um dos mais importantes prêmios da música mundial, o Grammy Latino, na Categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro, desta vez concorrendo com Ivete Sangalo, Jota Quest, Skank e Rita Lee.
Nos dias 2 e 3 de julho de 2010 foi gravado um projeto em comemoração aos 30 anos de carreira com participações de Sandy, Milton Nascimento, Fresno e o Padre Fábio de Melo. O álbum foi lançado em outubro de 2010.
Em 2012 o Roupa Nova lançou CD e DVD gravados em formato acústico a bordo de um transatlântico, intitulado Cruzeiro Roupa Nova,
que além de canções inéditas e versões de sucessos internacionais,
trouxe também canções já conhecidas de discos anteriores da banda, como
"Frisson" , "Tudo Desarrumado", "Não Dá", "Luz do Teu Caminho" e "Terra
do Amor".
Em 2013 o grupo autorizou o lançamento de sua primeira biografia, intitulada Tudo de Novo - Biografia Oficial do Roupa Nova. O livro, de autoria da jornalista Vanessa Oliveira, foi publicado pelo selo Best Seller, do Grupo Editorial Record.
Também em 2013 o Roupa Nova lançou um projeto comemorativo pelos 33 anos de carreira, o Box Roupa Nova Music, que reúne os últimos cinco DVD's lançados pelo grupo e ainda um EP com seis canções inéditas.
Em 2014 o Roupa Nova gravou a canção inédita "Depende", junto com a dupla Zezé Di Camargo e Luciano. A parceiria resultou numa série de shows pelo Brasil.
Em quase 35 anos de carreira, o grupo já vendeu mais de 8 milhões de discos.
Formação
- Paulinho: Voz, vocais e percussão
- Serginho Herval: Bateria, voz e vocais
- Nando: Baixo, voz e vocais
- Kiko: Guitarra, violão e vocais
- Ricardo Feghali: Piano, teclado, guitarra, violão, voz e vocais
- Cleberson Horsth: Piano, Teclado e vocais
Discografia
Com os Famks
- 1974: Tristes Canção/Querida/Sylvia/Eu e Você (compacto duplo)
- 1975: Famks
- 1978: Famks
- 1979: Não Deixe Terminar (compacto simples)
Roupa Nova
- 1981: Roupa Nova (1981)
- 1982: Roupa Nova (1982)
- 1983: Roupa Nova (1983)
- 1984: Roupa Nova (1984)
- 1985: Roupa Nova (1985)
- 1987: Herança
- 1988: Luz
- 1990: Frente e Versos
- 1992: The Best en Español
- 1993: De Volta ao Começo
- 1994: Vida Vida
- 1995: Novela Hits
- 1996: 6/1
- 1997 Através dos Tempos
- 1999 Agora Sim
- 2001: Ouro de Minas
- 2004: RoupaAcústico
- 2005: Maxximum (Roupa Nova)
- 2006: RoupaAcústico 2
- 2007: Natal Todo Dia
- 2008: 4U
- 2009: Roupa Nova em Londres
- 2010: Roupa Nova 30 anos
- 2012: Cruzeiro Roupa Nova
- 2013 Roupa Nova Music - Edição Especial de Luxo - 5 DVDs + 1 Ep - Digipack
DVDs
- 2004: RoupaAcústico
- 2006: RoupaAcústico 2
- 2009: Roupa Nova em Londres
- 2010 Roupa Nova 30 anos
- 2012: Cruzeiro Roupa Nova
- 2013 Box Roupa Nova Music
Produções em trabalhos de outros artistas
Ricardo Feghali e Cleberson Horsth atuaram como produtores na maioria dos álbuns da cantora gospel Aline Barros.
A parceria iniciou-se em 1995 com o CD Sem Limites,
que foi sucesso de público e crítica, levando Aline a tocar nas
principais rádios seculares e emissoras do país.
A parceria se manteve
em 1998, com o lançamento de Voz do Coração, em 2000, com O Poder do Teu Amor e em 2003, com o multipremiado Fruto de Amor.
Este último conquistou o "Oscar" da música, o Grammy Latino
de Melhor Álbum de Música Cristã em 2004 Aline foi a primeira cantora
evangélica brasileira a conquistar o prêmio, feito este repetido outras
duas vezes, em CDs de outros produtores. Essa parceria se repetiu em
2011, no CD "Extraordinário Amor de Deus", que novamente foi laureado
com um Grammy de melhor album de música cristã em Língua Portuguesa.
Ricardo e Cleberson produziram ainda os dois primeiros CDs do conhecido cantor gospel Kléber Lucas.
Roupa Nova - Começo, Meio e Fim
Ney Mato Grosso
Ney Mato grosso
Ney de Souza Pereira (Bela Vista, 1 de agosto de 1941), mais conhecido como Ney Matogrosso, é um cantor, diretor, iluminador e ator brasileiro.
Ex-integrante dos Secos & Molhados (1973-1974), foi o artista que mais se sobressaiu do grupo após iniciar sua carreira solo com o disco Água do Céu - Pássaro (1975) e com suas apresentações subsequentes.
É considerado pela revista Rolling Stone
como a terceira maior voz brasileira de todos os tempos e, pela mesma
revista, trigésimo terceiro maior artista brasileiro de todos os tempos.
Embora tenha começado relativamente tarde, das canções poéticas e de
gêneros híbridos dos Secos e Molhados ele passou a interpretar outros
compositores do país, como Chico Buarque, Cartola, Rita Lee, Tom Jobim,
construindo um repertório que prima pela qualidade e versatilidade. Em
1983, completava dez anos de estreia no cenário artístico e já possuía
dois Discos de Platina e dois Discos de Ouro, inclusive pela enorme repercussão da canção "Homem com H" de 1981.
Como iluminador de espetáculos, tem supervisionado toda a produção da
área em suas próprias apresentações e também merece destaque seu
trabalho de iluminação e seleção de repertório no show Ideologia (1988) de Cazuza e no show Paratodos de Chico Buarque em 1993,1 ao que afirma: "quero que as luzes provoquem sensações nas pessoas".
Matogrosso também tem atuado recentemente no cinema: estreou em 2008 no curta-metragem Depois de Tudo, dirigido por Rafael Saar, e no filme Luz das Trevas de 2009, dirigido por Helena Ignez.
Distinguido por sua rara voz de contratenor,3
Ney Matogrosso também é conhecido por suas performances ao vivo.
Atribuem a sua maquiagem cênica e seu vestuário exótico desde os anos 70
uma certa mudança de conceitos sobre o comportamento masculino
apropriado no Brasil.
Segundo Violeta Weinschelbaum, "o magnetismo de sua figura, a atração
decididamente sexual que Ney Matogrosso produz sobre o palco é algo
inimaginável." A biógrafa Denise Pires Vaz também escreve: "Dos cantores brasileiros,
Ney Matogrosso é um dos poucos, senão o único, que pode merecer o título
de showman."
Biografia
Atualmente considerado um dos intérpretes brasileiros mais
produtivos, o nome artístico Ney Matogrosso foi adotado somente em 1971,
quando se mudou para São Paulo.7
Desde cedo demonstrou dotes artísticos: cantava, pintava e interpretava. Teve a infância e a adolescência marcadas pela solidão, e ao completar dezessete anos deixou a casa da família para ingressar na Aeronáutica, Ney ainda estava indeciso quanto à futura profissão.
Gostava de teatro e cantava esporadicamente, mas acabou indo trabalhar no laboratório de anatomia patológica do Hospital de Base do Distrito Federal, a convite de um primo.
Tempos depois foi convidado para participar de um festival
universitário e chegou a formar um quarteto vocal. Depois do festival,
fez de tudo um pouco, até atuou em um programa de televisão.
Também concentrou suas atenções no teatro, decidido a ser ator. Atrás deste sonho, ele desembarcou no Rio de Janeiro em 1966, onde passou a viver da confecção e venda de peças de artesanato em couro. Ney adotou completamente a filosofia de vida hippie.
Início da carreira
Neste período, viveu entre o Rio, São Paulo e Brasília, até conhecer o produtor musical João Ricardo, que procurava um cantor de voz aguda para um conjunto musical e convidou Ney para ser o cantor do grupo Secos & Molhados, com o qual gravou dois discos, ambos auto-intitulados e lançados pela extinta gravadora Continental, entre 1973 e 1974.
O álbum chegou a marca de um milhão de cópias vendidas e gerou vários sucessos, como Rosa de Hiroshima, poema de Vinicius de Moraes musicado por Gerson Conrad, O Vira de Luli e João Ricardo, Sangue Latino de João Ricardo e Paulinho Mendonça, O Patrão Nosso de Cada Dia de João Ricardo, e no segundo álbum o destaque foi para Flores astrais de João Ricardo, em parceria com João Apolinário.
Saiu dos Secos & Molhados em 1974 e no ano seguinte lançou o primeiro disco solo, Água do Céu - Pássaro (também conhecido como O homem de Neanderthal
em referência à faixa homônima de abertura, de autoria de Luís Carlos
Sá, e por ter sido o título do antológico primeiro espetáculo da
carreira solo), que vinha numa capa de papelão cru, com Ney Matogrosso
pintado, vestido com pêlos de macaco, chifres e pulseiras de dentes de
boi, apresentando sonoridade vanguardista, com músicas interligadas por sons da floresta, macacos, ventanias, água corrente e pássaros.
Foi considerado extravagante demais e obteve vendagem inexpressiva, destacando no repertório as músicas América do Sul de Paulo Machado e o mambo Kubanacan, além da regravação de um fado de Amália Rodrigues (Barco negro) e canções de Milton Nascimento/Rui Guerra e João Bosco/Aldir Blanc (Bodas e Corsário, respectivamente), além das músicas Açúcar candy (de Sueli Costa e Tite de Lemos) e Idade de ouro
(de Jorge Omar e Paulo Mendonça); o trabalho foi distribuído juntamente
com um compacto, que apresentou duas músicas que ele gravou na Itália com o músico e compositor argentino Astor Piazzola: As Ilhas e 1964.
Em 1976 veio o reconhecimento com o disco Bandido. A canção Bandido Corazón, no repertório deste foi composta por Rita Lee, tornou-se um grande sucesso na voz de Ney.
Além desta, o disco trazia, dentre outras, as músicas Pra não morrer de tristeza de João Silva e Caboclinho, Trepa no coqueiro de Ari Kerner, Gaivota (de Gilberto Gil), Usina de prata de Rosinha de Valença e Mulheres de Atenas (Chico Buarque, em parceria com Augusto Boal), contando com a produção musical da violonista Rosinha de Valença com direção musical do empresário Guilherme Araújo.
Nessa época, Ney escandalizava o Brasil. Bandido é considerado o espetáculo mais ousado da carreira do cantor e perfomático Matogrosso.
Na sequência, vieram: Pecado (1977), que trouxe músicas do
espetáculo calcado na divulgação do disco anterior que ainda não haviam
sido registradas em disco; este também foi o último trabalho feito para a
gravadora Continental, em um repertório que misturou rock (Metamorfose ambulante de Raul Seixas e Com a boca no mundo de Rita Lee, em parceria com Luís Sérgio e Lee Marcucci), bossa nova (Desafinado, de Tom Jobim e Newton Mendonça), tango (Retrato marrom, de Fausto Nilo e Rodger Rogério), San Vicente de Milton Nascimento e Fernando Brant, e as regravações das músicas Da cor do pecado, de Bororó - com a participação especial do grupo Regional do Evandro - e Sangue latino, esta última consagrada pelo grupo Secos & Molhados e ainda originou um especial gravado para a Rede Bandeirantes, Feitiço e Seu tipo, nos anos 1970.
Os dois últimos contaram com a produção de Mazzola, nome que seria recorrente em sua discografia a partir desta época.
O álbum Feitiço (1978) marcou a estréia na gravadora WEA, e trouxe alguns sucessos como Bandoleiro, da dupla Luli e Lucina, Mal necessário de Mauro Kwitko, a regravação de O Tic-Tac do Meu Coração, de Alcir Pires Vermelho e Valfrido Silva (sucesso de Carmen Miranda em 1935), Dos Cruces de Carmelo Larrea, e o frevo Não existe pecado ao sul do Equador, de Chico Buarque e Rui Guerra, cujo arranjo evoca a batida da disco music, que naquela época, já era executada no Brasil inteiro; a regravação da canção, originalmente gravada pelo autor 5 anos antes no censurado álbum Calabar, impulsionou as vendas do álbum e foi utilizado como tema de abertura da novela global Pecado Rasgado, de Sílvio de Abreu.
Já em Seu tipo
(1979), onde tirou pela primeira vez a fantasia para se apresentar de
cara limpa, o repertório foi puxado pela faixa-título, de autoria do
então desconhecido Eduardo Dusek em parceria com Luís Carlos Góis, bem como Tom Jobim (Falando de amor) e canções de Fátima Guedes e Joyce, compositoras que despertavam na emergente cena feminina de 1979 (Dor medonha e Ardente, respectivamente), a regravação de Rosa de Hiroshima de Gerson Conrad sobre poema de Vinícius de Morais, Tem gente com fome (poema de Solano Trindade musicado por João Ricardo) e Encantado (versão de Caetano Veloso para Nature boy de autoria de Eden Ahbez, sucesso de Nat King Cole), dentre outras.
Repertório e características
Ney terminou a década de 1970 e começou a de 80
totalmente transgressor, sendo ameaçado várias vezes pelo regime
militar. Nesse período, Ney lançou alguns dos maiores sucessos: Homem
com H, Vida, Vida, Pro dia nascer Feliz, Vereda Tropical, Amor Objeto,
Seu tipo, Por debaixo dos panos, Promessas demais, Tanto amar, Ando meio
desligado, Sangue latino, entre outros.
É considerado um dos principais precursores da androginia enquanto estética de arte, desenvolvida inicialmente com a Tropicália.
Apresentando coreografias erotizantes e expondo sua masculinidade como
um contraponto à ousadia nos tempos de chumbo, Ney acaba por influenciar
toda uma geração de artistas.
Também é coreógrafo, iluminador e
dançarino, atuando como diretor geral de seus espetáculos musicais; o
espetáculo Sou eu, dirigindo Simone, foi considerado o melhor do ano (1992), um espetáculo de Cazuza (O tempo não pára), RPM e ganhou o extinto Prêmio Sharp de Música com os temas Gilberto Gil e Ângela e Cauby de Ângela Maria e Cauby Peixoto.
Atuou também como ator de cinema (no longa-metragem Sonho de valsa, de Ana Carolina e no curta Caramujo flor de Joel Pizzini), foi responsável pela iluminação de espetáculos de Nana Caymmi, Nélson Gonçalves, Chico Buarque, da Fundação Osvaldo Cruz e peças de teatro, como Somos irmãs e Mistério do amor.
Década de 1980
Começou a década de 1980 com o álbum Sujeito estranho,
de 1980, produzido por Gutti Carvalho, que não obteve maior
repercussão; no repertório, todo composto por canções apresentadas no
espetáculo Seu tipo mas que não haviam sido gravadas no álbum homônimo, destaque para a canção Napoleão da dupla Luli e Lucina - a faixa de abertura do álbum -, duas canções de Rita Lee (Doce vampiro e Ando meio desligado, esta última em parceria com Arnaldo e Sérgio Baptista) e duas regravações da cantora e compositora Ângela Rô Rô, lançadas por ela no primeiro álbum no ano anterior: Balada da arrasada e Não há cabeça. Prosseguiu com o álbum auto-intitulado de 1981, que marcou a estréia na gravadora Ariola.
O álbum contou com a produção de Mazzola, arranjos de César Camargo Mariano e Lincoln Olivetti, trazendo alguns êxitos como Viajante de Teresa Tinoco, Amor objeto (Rita Lee e Roberto de Carvalho), a marchinha Folia no matagal (de Eduardo Dusek e Luís Carlos Góis, que dois anos antes foi gravado por Maria Alcina, não obtendo sucesso), Vida vida (tema de abertura da novela global Jogo da Vida de Sílvio de Abreu) e principalmente o forró Homem com H,
de Antônio Barros, que a princípio não queria gravar, o fez depois de
muita insistência e se tornou um dos maiores sucessos da carreira, e a
participação especial da cantora Gal Costa e da Orquestra Tabajara na faixa Espinha de bacalhau, de Severino Araújo - com arranjo e regência do próprio - e Fausto Nilo.
No ano seguinte lançou o álbum Mato Grosso, produzido por
Mazzola, que não obteve o total êxito artístico do disco lançado no ano
anterior; o trabalho emplacou outro tema de abertura em novela global,
no caso Promessas demais utilizada na abertura da novela Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa, com destaque também para Por debaixo dos panos de Cecéu, Primeiro de abril, de Antônio Brasileiro e Roderiki, Alegria Carnaval, de Jorge Aragão (que misturou disco-music à samba-enredo, contando com uma mini-bateria de escola de samba) e Tanto amar, de Chico Buarque - lançada pelo cantor e compositor no ano anterior -, e a canção Johnny pirou
teve a execução pública proibida à época do lançamento do disco, que
contou inclusive com a participação especial de Rita Lee na faixa Uai uai, composta por ela e o marido Roberto de Carvalho.
Em 1983 lançou o disco …Pois é, com faixa-título de John Neschling e Geraldo Carneiro, cujos maiores sucessos foram Pro Dia Nascer Feliz (gravada também pelo grupo Barão Vermelho e composta pelos integrantes desta, Cazuza e Frejat) e a paródia Calúnias - Telma eu não sou gay (da música americana Tell me once again), com a participação especial do grupo João Penca e Seus Miquinhos Amestrados,
e incluiu também um pot-pourri, que abria o álbum, contendo as
regravações dos sucessos ao longo de dez anos de carreira, completados
naquele ano.
O álbum subsequente, Destino de Aventureiro, de 1984, com faixa-título de Eduardo Dusek e Luís Carlos Góis, que contou com a participação especial do grupo Placa Luminosa,
cujo repertório incluiu músicas do espetáculo calcado na divulgação do
trabalho anterior, trouxe duas regravações: uma do grupo Barão Vermelho (Por que a gente é assim, de Frejat, Cazuza e Ezequiel, que não obteve o mesmo sucesso da canção gravada no disco anterior), e a música Retrato marrom - gravada pelo cantor sete anos antes, além da canção Pra virar lobisomem de Cecéu e o bolero Vereda Tropical, de Gonzalo Curiel, utilizado como tema de abertura da novela homônima global, de Carlos Lombardi.
O último trabalho nesse caminho foi Bugre (1986), época onde o rock brasileiro se expandiu no mercado fonográfico, por isso o disco apresentou uma sonoridade pop com alta dose de eletrônica, onde o cantor mostrava seu lado compositor assinando músicas com Leoni (Dívidas de amor) e a dupla Paulo Ricardo e Luiz Schiavon, ex-integrantes do grupo RPM; no repertório, destaque para a regravação de um sucesso do grupo Os Mutantes, Balada do louco, de Rita Lee e Arnaldo Baptista, trazendo também algumas canções como o samba-enredo História do Brasil de Jorge Aragão e Nilton Barros, Fratura não exposta de Pisca, Cazuza e Ezequiel Neves, e a rumba Las Muchachas de Copacabana, de Chico Buarque, gravada também no álbum Malandro produzido por Homero Ferreira e Carlinhos Vergueiro, tendo sido incompreendido por público e crítica.
Com o relativo fracasso de Bugre, em 1987 Ney Matogrosso entra em uma nova fase: com o elogiadíssimo LP Pescador de Pérolas, lançado pela gravadora CBS, gravado ao vivo na temporada do projeto A luz do solo,
ele mostra uma faceta mais segura.
Abandona as maquiagens, veste um
terno e atrai um novo público. O repertório deste apresentou clásssicos
da música brasileira e latina (Dos Cruces de Carmelo Larrea - esta já gravada pelo cantor -, Alma llanera de Pedro Elias Gutierrez - que viria a ser regravada dois anos depois - e a célebre Bésame mucho de Consuelo Velásquez - compositora mexicana), uma ária de ópera (no caso, Mi Par D'udir Ancora - I Pescatori di Perle de Bizet), foi apresentado no teatro Carlos Gomes (compositor campineiro a quem homenageou com a canção Quem sabe, no repertório deste), contou com a participação especial de quatro músicos: Rafael Rabello (violão), Arthur Moreira Lima (piano), Paulo Moura (sax) e Chacal (percussão).
Motivado pelo êxito artístico e comercial deste, prosseguiu com o denso álbum Quem não vive tem medo da morte (1988), que não obteve repercussão e a primeira tiragem deste em CD foi pequena e produzida na época do lançamento; no repertório, algumas canções como Dama do cassino (Caetano Veloso), Todo o sentimento (Chico Buarque, em parceria com o pianista Cristóvão Bastos) - esta, já gravada por Chico no ano anterior -, Tudo é amor (Cazuza e Laura Finochiaro), Felicidade zen de Arnaldo Brandão e Tavinho Pais, Vamos pra lua de Pisca e Ronaldo Bastos, Caro amigo de Lucio Dalla - cantor e compositor italiano -, Aluísio Reis e Byafra - as duas últimas canções foram impostas pela CBS -, e Chavão abre porta grande (Itamar Assumpção).
Em 1989 lançou o álbum Ao vivo, o último para a extinta gravadora CBS, a qual pouco tempo depois se transformaria na Sony Music, gravado na casa Olympia
(SP) em 11 e 12 de março de 1989, voltou a se apresentar com fantasia, o
repertório trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras músicas
as quais nunca havia gravado, como Comida (do repertório do grupo Titãs) e O beco (gravada originalmente pelo grupo Os Paralamas do Sucesso), além da regravação da música Morena de Angola (Chico Buarque), sucesso na voz de Clara Nunes.
Década de 1990 e projetos especiais
Durante a década de 1990 voltou a trabalhar com Raphael Rabello (no elogiadíssimo álbum À Flor da Pele, de 1990, lançado pela gravadora Som Livre, que trouxe releituras de clássicos da MPB), e ao transferir-se para a extinta gravadora PolyGram (atualmente Universal Music), gravou um disco junto com o grupo Aquarela Carioca (As aparências enganam, de 1993) e também álbuns dedicados a intérpretes/compositores, como um abordando o repertório da Sapoti, Ângela Maria (Estava escrito, 1994).
Seis músicos participaram do preojeto: Leandro Braga (direção musical, arranjos e piano), Bruce Henry (baixo), Fábio Nim (violão), Zero (percussão), Márcio Montarroyos (trompete e flugelhorn) e as participações especiais de Cláudio Jorge (violão) nas faixas Amendoim torradinho de Henrique Beltrão e Nem eu de Dorival Caymmi, e da homenageada na faixa Só vives pra lua, de Othon Russo e Ricardo Galeno.
Já o grupo Aquarela Carioca é formado por: Paulo Brandão (baixo e violão), Lui Coimbra (violoncelo, violão e charango), Mário Sève (saxofone, flauta, flautim e Wind Control Yamaha), Paulo Muylaer (guitarra, viola e flauta) e Marcos Susano (pandeiro e percussão).
Prosseguiu com outro álbum só com canções de Chico Buarque (o elogiadíssimo Um Brasileiro, 1996) todos produzidos por Marco Mazzola, um voltado para as canções da dupla Tom Jobim e Heitor Villa-Lobos (O cair da tarde, 1997); dois em homenagem a Cartola (Ney Matogrosso interpreta Cartola, 2002 e Ney Matogrosso interpreta Cartola - ao vivo, de 2003), e o elogiado Batuque, lançado em 2001, apenas com canções anteriores à revolucionária década de 1960, priorizando canções de Carmen Miranda, além de um disco com canções inéditas, homenageando compositores da nova geração (Olhos de farol, 1999).
O espetáculo calcado na divulgação deste último acabou por gerar um CD ao vivo (Ney Matogrosso ao vivo, gravado no Rio de Janeiro em 12, 13 e 14 de novembro e lançado no final de 1999), e também um DVD,gravado
no palco do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, em Julho de 1999,
cujo repertório abordou regravações dos antigos sucessos entre outras
canções do álbum de estúdio anterior, bem como algumas músicas inéditas
na voz.
A produção foi assinada por João Mário Linhares, que produziria a
partir do referido O cair da tarde todos os seus discos - alguns em parceria - e Zé Nogueira.
Década de 2000
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, sobre o álbum Batuque, no qual contou com a participação especial do grupo Nó em Pingo D´Água em várias faixas, declarou: Eu
conhecia essas canções sem saber porque as ouvia desde criança.
Mas não
faço um espetáculo da época de resgate, porque essas músicas não se
perderam. Estão à disposição de quem as quiser cantar e gravar.
A seleção de repertório contou com a colaboração de quatro pesquisadores (Jairo Severino, Zuza Homem de Mello, Paulinho Albuquerque e Fausto Nilo), originando também um espetáculo homônimo que saiu em DVD. Apesar de trazer várias canções gravadas por Carmen Miranda, a Pequena Notável, Ney revelou não se tratar de uma homenagem a cantora: Não
estou prestando uma homenagem a Carmen, não quis me limitar a ela. Mas o
melhor daquelas décadas passava por ela mesmo. Eu teria que passar,
inevitavelmente.
As luzes e cenários foram dirigidos pelo próprio Ney, definido por ele como de teatro de revista. Já o figurino contou com a assinatura do estilista Ocimar Versolato: É extravagante, embora sóbrio, mas é erótico porque é todo preto, explicou em entrevista ao jornal Estadão.
Já o disco dedicado a Cartola surgiu junto com a publicação de um livro com várias fotos, de suas fases da carreira. Ousar ser,
lançado em 2002, trouxe 272 páginas, e também 135 fotos de Luís
Fernando Borges da Fonseca, sobre os espetáculos que projetou ao longo
da carreira, revelando mudanças e contou com depoimentos do artista.
O
disco contou com a participação especial de cinco músicos: Ricardo
Silveira (violão e arranjos), Marcelo Gonçalves (violão sete cordas), Zero (percussão), Zé Nogueira (saxofone) e Jorge Hélder (baixo e cavaquinho), e o coro As Gatas na faixa Ensaboa. O espetáculo também originou um CD ao vivo, bem como um DVD - gravado em novembro de 2002 no Centro Integrado de Cultura em Florianópolis (SC),
contando também com a participação do músico Celso José (Celsinho) da
Silva (percussão) e foi sucesso de público e crítica, contando inclusive
com apresentações no exterior. Ainda em 2003, a canção Kubanacan gravada no primeiro álbum solo, foi o tema de abertura da telenovela homônima global, de Carlos Lombardi.
Atualidade (2004-presente)
Em 2004 voltou aos meios de comunicação com o projeto Vagabundo, em que canta com o grupo carioca Pedro Luís e a Parede
com produção de Carlos Matau, obtendo relevante sucesso de público e
crítica, originando também um espetáculo homônimo, do qual saiu o álbum
ao vivo e o DVD, gravado na casa Olympia (SP) em 15 de julho de 2005, com a participação especial também dos músicos Glauco Cerejo (saxofone e flauta) inclusive produtor do álbum, Pedro Jóia (violão e alaúde) e Ricardo Silveira (guitarra). Ainda em 2005, chegou às lojas o álbum e DVD Canto em qualquer canto, gravado ao vivo no SESC Pinheiros, que trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras releituras de sucessos alheios e duas canções inéditas (Uma canção por acaso e Duas nuvens,
ambas de autoria de Pedro Jóia e Tiago Torres da Silva). O projeto
contou com a participação especial de quatro músicos: Pedro Jóia (violão
e alaúde), Ricardo Silveira (guitarra e violão de aço), Marcelo Gonçalves (violão sete cordas) e Zé Paulo Becker (violão e viola caipira).
Ney mantém no estado do Rio de Janeiro uma área de preservação
ambiental para micos-leões-dourados, espécie ameaçada de extinção.
Estreou no segundo semestre de 2007 um dos espetáculos mais comentados, Inclassificáveis, originando um CD, lançado pela gravadora EMI com produção de Ricardo Fábio, gravado em dezembro e um DVD.
Este permaneceu em cartaz até 2009 contando com apresentações pelo
Brasil inteiro, com visual impactante e andrógeno, e sonoridade
comportando apenas guitarra, violão, percussões, programações e baixo.
Em junho de 2008 os 15 primeiros discos do artista foram reeditados em CD, na caixa Camaleão,
que também trouxe um CD com gravações avulsas, em participações
especiais do artista em projetos especiais e discos de outros artistas,
bem como sobras de estúdio, fonogramas de compactos raros, registros ao
vivo e músicas gravadas exclusivamente para a trilha sonora de novelas e filmes (Pérolas raras) e outro trabalho coletivo, com Caetano Veloso e João Bosco (Brazil Night - Montreux 83), gravado ao vivo em Montreux, na Suíça, em 9 de julho de 1983; Ney apresentou o espetáculo Mato Grosso, cujo repertório era baseado no trabalho homônimo lançado em 1982; o repertório do referido álbum trouxe as músicas Deixar você e Andar com fé - ambas de Gilberto Gil -, Napoleão (apresentada no álbum Sujeito estranho) e Folia no matagal (do repertório do álbum auto-intitulado de 1981).
Alguns destes trabalhos eram inéditos no formato digital, como os cultuados Água do céu Pássaro, Bandido, Pecado e Mato Grosso. Os álbuns estavam fora de catálogo há tempos e trouxeram capas, contracapas e encartes originais dos LPs
completos (na edição anterior o encarte havia sido suprimido ou
reduzido), letras de todas as músicas e texto interno com a história do
álbum no encarte redigido pelo jornalista e crítico musical Rodrigo Faour, que também idealizou a coleção.
Protagonizou o especial da Rede Globo exibido em 28 de junho do mesmo ano, cantando músicas de Cazuza. Ainda em 2008, regravou a música Lig Lig Lig Lé para ser a abertura da novela das seis Negócio da China, de Miguel Falabella, e fez uma participação como um dançarino em Macau nesta novela, logo no primeiro capítulo. Também participou do curta-metragem Depois de tudo do diretor Rafael Saar.
Em março de 2009, Ney protagonizou o filme Luz Nas Trevas, de Helena Ignez, roteiro de Rogério Sganzerla, continuação do filme O Bandido da Luz Vermelha, de 1968.
No final do mesmo ano lançou o elogiado CD Beijo bandido,
com produção de Paulo Junqueiro e Victor Kelly, que conta com a
participação especial de quatro músicos: Leandro Braga, que já havia
trabalhado com o cantor em projetos anteriores (piano), Ricardo Amado (violino e bandolim), Felipe Roseno (percussão) e o multiinstrumentista Lui Coimbra (violoncelo
e violão), trazendo músicas inéditas e regravações. Em janeiro de 2011
lançou um registro ao vivo da turnê homônima, em forma de CD ao vivo e
DVD. No mesmo ano, participa do curta-metragem Fca Carla, como o médico Dr. Virgílio. O filme, baseado na história de Francisca Carla, tem ainda no elenco Elke Maravilha e Vinícius de Oliveira8 .
Em 2012, Ney Matogrosso atua no filme "Gosto de Fel", de Beto Besant e
lança o documentário "Olho Nu", dirigido por Joel Pizzini, num
auto-retrato em terceira pessoa que atravessa a carreira do cantor e
reúne um rico acervo audiovisual.
“ | Sem idade, dribla seus 71 anos e faz acreditar que a eternidade existe, ao menos, por uma hora e quarenta minutos. | ” |
- Julio Maria, crítico do jornal O Estado de S. Paulo, março de 2013.9
Em 2015, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira nas categorias Melhor Cantor de Pop/rock/reggae/hip-hop/funk e Melhor Álbum do mesmo gênero.10
Em sua versão em CD, o álbum À Flor da Pele trouxe três músicas a mais, no caso Tristeza do Jeca de Angelino de Oliveira, O Mundo é um Moinho de Cartola (estas, já gravadas no álbum Pescador de Pérolas) e Prelúdio número 3 (Prelúdio da solidão), de Heitor Vila-Lobos com letra de Hermínio Bello de Carvalho; isto também anconteceu no álbum subseqüente, As aparências enganam que trouxe a música Cheiro de saudade de Alceu Valença, pois não haviam entrado no LP original por limitação de espaço. O repertório do primeiro inclusive bisou algumas canções do espetáculo Pescador de Pérolas, como as duas já citadas, Da cor do pecado e Segredo, de Herivelto Martins e Marino Pinto - sucesso na voz de Dalva de Oliveira -, além da célebre As Rosas Não Falam de Cartola, apresentada no espetáculo Pescador de Pérolas mas não havia entrado no LP homônimo, trazendo os melhores momentos do show.
- O álbum Estava escrito (1994) dedicado a Ângela Maria, foi o último a ter versão em vinil, que trouxe o mesmo número de músicas que a versão em CD, porém com a ordem das faixas levemente alterada, pois as canções Só vives pra lua, Nem eu, Orgulho (Nelson Wederkind e Valdir Rocha) e Recusa (Herivelto Martins) que ocupavam as faixas 4, 5, 6 e 9 do CD respectivamente, no LP elas eram as faixas 5, 4 do Lado A, 2 do Lado B e 6 do Lado A, respectivamente.
- O álbum Ney Matogrosso interpreta Cartola - ao vivo trouxe as mesmas 12 canções do álbum homônimo de estúdio do ano anterior, inclusive na mesma ordem, e algumas canções ausentes do repertório deste, como Basta de clamares inocência, Autonomia, Amor proibido, Não quero mais amar a ninguém (esta, em parceria com Carlos Cachaça e Zé da Zilda) e Preciso me encontrar, esta última de autoria de Candeia.
- O álbum Um brasileiro - Ney Matogrosso interpreta Chico Buarque contou com a participação especial do homenageado na faixa Até o fim de autoria do próprio; inclusive esta canção já havia sido gravada por Ney treze anos antes (1983), no álbum ...Pois é. Este álbum trouxe também outra regravação, Não existe pecado ao sul do Equador, gravada com um novo arranjo em ritmo de mambo, e utilizado como tema de abertura da novela Dona Anja exibida pelo SBT entre 1996 e 1997. Inclusive nesta segunda versão, a música foi gravada com um verso - Vamos fazer um pecado safado debaixo do meu cobertor - que havia sido censurado e não pôde aparecer na novela Pecado Rasgado, quando a música foi gravada pela primeira vez, e foi substituído por Vamos fazer um pecado rasgado suado a todo vapor.
- Quando da reedição em CD em 2008 do álbum ...Pois é, a faixa Calúnias - Telma eu não sou gay foi excluída, pois em várias entrevistas Ney declarou que tal faixa não fazia parte da concepção original do LP. Ney gravou a canção por pressão de um executivo da extinta gravadora Ariola (atualmente Universal Music), com o argumento de que a faixa entraria no disco do grupo João Penca e Seus Miquinhos Amestrados que fez uma participação especial na referida música, e se isso não acontecesse o grupo seria dispensado da gravadora. O cantor gravou a versão a contragosto, pois cedeu à chantagem e a música acabou entrando no álbum, e na seqüência a Ariola dispensou o grupo.
- Inclusive este álbum trouxe as faixas Babalú (de Margarita Lecuona), Bambo de bambu (de Almirante e Valdo Abreu) e Até o fim, sucessos de Ângela Maria, Cármen Miranda e Chico Buarque, respectivamente, e todas as três seriam regravadas nos álbuns-tributo que Ney fez em homenagem a esses artistas: Estava escrito (Ângela), Um brasileiro (Chico) e Batuque (Carmen).
- A música Seu Tipo, que integra a trilha sonora do remake de Ti Ti Ti, não é a mesma versão do disco homônimo lançado em 1979, mas sim uma regravação feita exclusivamente para a trilha sonora da novela e não se encontra em nenhum disco de carreira. Detalhe: na primeira versão da trama de Cassiano Gabus Mendes, exibida entre 1985 e 1986, Ney havia comparecido com a canção Manequim, única música da dupla de sucessos populares da década de 1980, Michael Sullivan e Paulo Massadas, gravada pelo cantor, que também foi gravada com exclusividade para a trilha da novela. Inclusive esta última faixa se encontra no CD Pérolas Raras da caixa Camaleão; no encarte do referido álbum, um depoimento de Ney a Rodrigo Faour conta que o cantor não gostou da primeira letra da canção, que precisou ser refeita várias vezes até que ele achasse digna de ser gravada.
- Nesta caixa também, os três primeiros discos lançados pela extinta gravadora Continental (Água do Céu - Pássaro, Bandido e Pecado) tiveram o som um pouco mais abafado em relação aos demais álbuns, pois as fitas originais haviam se deteriorado. O mesmo aconteceu com algumas faixas do CD Pérolas Raras (Cochabamba do LP O Cangaceiro Trapalhão, A lenda do castelo do musical Aldeia dos ventos de Oswaldo Montenegro, Disparada do LP MPB Especial - Grandes Nomes e Tristeza do Jeca, do LP comemorativo dos 50 anos de carreira da dupla sertaneja Tonico e Tinoco, e trouxe também duas faixas gravadas para a trilha sonora de filmes antes da projeção nacional do cantor em 1973 com o grupo Secos e Molhados: A Casa Tomada (1972), da trilha sonora do filme homônimo, e a primeira gravação - A Estrada Azul (1970), do filme Pra quem fica... tchau.
Discografia
Álbuns de estúdio
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Ao vivo
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Coletâneas
- Vinte e Cinco (1997)
Outros
- A Floresta do Amazonas de Villa-Lobos (1987)
Ney Matogrosso - Coleção Minha História - CD Completo.
Sangue Latino
Pro Dia Nascer Feliz
Viajante
Promessas Demais
O Ciume
Eta Nois
Homem Com H
Ate O Fim
Tanto Amar
Balada Do Louco
Retrato Em Branco E Preto
Folia No Matagal
Por Debaixo Dos Panos
Fm Rebeldia
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