Documentos
obtidos pela revista “Época” mostram que a construtora Odebrecht pagou
R$ 4 milhões ao ex-presidente Lula para a realização de palestras no
Brasil e no exterior.
Os documentos foram anexados ao inquérito do
Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal, que investiga
possível tráfico de influência do ex-presidente em favor da
construtora.
A revista teve acesso aos contratos firmados entre a
empresa e a L.I.L.S., empresa criada por Lula assim que saiu da
Presidência para a realização de palestras.
Ao longo dos últimos quatro
anos, a L.I.L.S. foi contratada para que Lula desse 47 palestras no
exterior muitas a convite de instituições.
Sua maior cliente, segundo a
revista, é a Odebrecht que teria contratado o petista para fazer dez
palestras, cujos valores por contrato variaram entre R$ 158 mil e R$ 900
mil.
De acordo com a publicação, além do
transporte, o contrato com Lula previa hospedagem em hotéis “cinco
estrelas ou superior”.
Em uma das viagens de Lula à Venezuela, em 2011,
Lula recebeu R$ 359 mil para falar sobre os “Avanços alcançados até
agora pelo Brasil”.
No contrato obtido pela “Época”, está escrito que o
Lula não participaria de qualquer outro evento além daqueles descritos
em um anexo do contrato.
No entanto, segundo a revista, em duas linhas
de texto, o anexo menciona apenas que o ex-presidente ficaria hospedado
no Hotel Marriott de Caracas.
Segundo a “Época”, na ocasião o
ex-presidente também se encontrou com o empresário Emílio Odebrecht e
com o então presidente venezuelano, Hugo Chávez, para discutir uma
dívida do governo venezuelano com a construtora.
A assessoria de Lula
nega que ele tenha feito lobby para a empresa e afirma que em maio de
2011 Lula recebeu para realizar uma palestra na Venezuela, noticiada
inclusive por veículos de comunicação.
Procurada pela Época, a Odebrecht
afirmou por meio de nota que mantém “uma relação institucional e
transparente com o ex-presidente e que ele foi convidado pela empresa
para fazer palestras sobre as potencialidades do Brasil e de suas
empresas, exatamente o que têm feito presidentes e ex-presidentes de
outros países”.
A empresa negou que Lula tenha feito lobby em seu
favor. Por meio de sua assessoria, o ex-presidente Lula também negou ter
feito lobby.
Informou que as palestras para a Odebrecht representam
apenas uma fração das atividades exercidas por ele, “atividades legais e
positivas, das quais o ex-presidente se orgulha”, segundo a assessoria.
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