Marcelo de Carvalho com o quarteto do programa
"Encrenca", na sede da RedeTV!
Vice-presidente e apresentador da Rede TV!, Marcelo de
Carvalho não esconde a satisfação de vencer o "Pânico" no Ibope.
Ironicamente, o programa que já foi a maior a audiência da RedeTV!, e desde
2012 é apresentado pela Band, vem sofrendo derrotas sucessivas para o
"Encrenca" justamente no horário no qual se consagrou na televisão.
"Como neto de italiano calabrês, minha avó dizia que a
vingança é um prato que se come frio.
Então, como pessoa física, estou comendo
em prato frio a minha vingança. Estou muito satisfeito.
Mas, como empresário
não estou porque gostaria que vários canais estivessem programas fazendo
sucesso, pois isso favoreceria a fragmentação da audiência que nos
favorece", disse o ex-patrão da trupe de Emílio Surita.
O empresário explica a decepção que teve com os humoristas do
"Pânico". "Na televisão, todos têm o direito de sair de um
canal. Artista vai e vem. Atração vai e vem. Isso é do nosso ramo.
O que eu
fiquei chateado, magoado, foi a maneira como eles saíram. Isso não se faz. Você
não cospe no prato que comeu. Tanto o Tutinha, quanto o Emílio ganharam milhões
de reais aqui, então não dá para sair falando mal", avaliou.
Dono da Jovem Pan e idealizador do "Pânico" na TV,
Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, mais conhecido como Tutinha, disse
para Ricardo Feltrin, após acertar a ida para a Band, que na nova casa teria
"verba e estrutura decentes".
No lançamento do "Saturday Night
Live", em março de 2012, Carvalho já havia demonstrado sua decepção com o
criador do "Pânico".
"Tutinha e Emílio recebiam metade do
faturamento do 'Pânico'. O restante tínhamos que dividir entre os outros
humoristas e a produção. É uma mentira, uma injustiça, uma sacanagem ele dizer
isso".
O executivo também ficou chateado porque, em suas palavras, "foi
pego de surpresa" pela saída do programa que lançou nomes como Sabrina
Sato, Wellington Muniz (o Ceará) e Márvio Lúcio (o Carioca).
Na opinião do empresário, o público perdeu o interesse
porque, na concorrência, o grupo teria se desviado do humor original e irreverente
pelo qual ficou conhecido. "Acho que o 'Pânico' perdeu a mão.
O Emílio e o
Tutinha perderam o caminho... Quando estavam aqui, tinha um negócio de
inovação, de estar à frente, de não apelar e não ter muita baixaria.
Hoje nem
os meus filhos assistem ao 'Pânico', e não é algo que eu imponho a eles",
afirma Carvalho, que é casado com a apresentadora Luciana Gimenez.
O empresário se lembrou dos vários programas de humor que
foram testados pela RedeTV! após a saída do "Pânico", inclusive a
versão brasileira de "Saturday Night Live" com Rafinha Bastos, e
comemorou os resultados do "Encrenca".
A disputa de audiência está
acirrada, com uma pequena vantagem para a RedeTV!. No dia oito, por exemplo, o
"Encrenca" teve 5,55 pontos no Ibope, contra 4,96 do concorrente. Uma
semana depois, o placar foi de 4,85 para o "Encrenca" contra 4,26
para o "Pânico" e, no último domingo, o humorístico da RedeTV! bateu
um novo recorde, chegando a 5,9 contra 4,73 do seu principal concorrente no
horário em que os dois programas confrontaram.
"O público do 'Encrenca' é o público original do
'Pânico'. O 'Encrenca' faz um programa interativo, e sem baixaria.
O grande
programador do 'Encrenca' é o público. O que está mais na moda do que WhatsApp,
rede social?", disse Carvalho, citando as formas de participação dos
telespectadores, que enviam vídeos divertidos para o programa.
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