Em
1973, viúva, ex-primeira-dama foi ao sindicato em busca de um carimbo
para receber pensão e foi vítima de ‘artimanha’ do ex-presidente para
conquistá-la .
O velório da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva,
que morreu nesta sexta-feira, aos 66 anos, será neste sábado, das 9h às
15h, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do
Campo, onde ela conheceu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Marisa Letícia morreu no Hospital Sírio-Libanês às 18h57, após 11 dias internada, em razão de complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral (AVC) após um pico de pressão na
terça-feira, 24, em sua casa, também em São Bernardo do Campo.
O
enterro será logo após o velório, no Cemitério Jardim da Colina, na
mesma cidade, em cerimônia de cremação reservada à família.
O encontro entre Lula e Marisa ocorreu em
1973 após uma tragédia.
Marisa tinha ficado viúva há menos de dois anos
do seu primeiro marido, Marcos dos Santos, também um metalúrgico, que
havia sido assassinado em 1971 por assaltantes que tentaram roubá-lo
quando fazia bico como taxista – Marisa estava grávida de seis meses.
Após a tragédia, Marisa teve um resto de gestação difícil, foi
internada, medicada, mas o filho nasceu saudável e ganhou o nome do pai.
Quase dois anos após a morte, Marisa foi ao Sindicato dos Metalúrgicos porque precisava de um carimbo em um documento para receber a pensão, como exigia a legislação da época.
Lula também tinha ficado viúvo em 1971 da sua primeira mulher, Maria de Lourdes da Silva, que morreu no parto de seu primeiro filho com o sindicalista.
Então diretor do sindicato, Lula havia dito ao seu
assistente que, “quando aparecer qualquer viuvinha por aqui, assim
novinha, você me avisa”, segundo diálogo constante do livro “A História
de Lula, o Filho do Brasil”, da jornalista Denise Paraná (Editora
Objetiva), que deu origem ao filme “Lula, o Filho do Brasil”,
dirigido por Fábio Barreto e Marcelo Santiago.
Diante do espanto do
assistente, Lula disse: “Você acha que tenho de passar o resto da minha
vida sozinho?”, disse.
Quando Marisa, 23 anos, chegou, o assistente avisou Lula:
“Olha, tem uma viuvinha aí… Novinha. Você pediu…” Segundo o livro, “Lula
levantou rapidamente e foi atendê-la. Olhando para a viúva, a achou
linda”.
Depois de pensar por alguns segundos no que iria fazer,
disse para Marisa: “Sabe, a lei do carimbo mudou… Eu vou ter que
conversar com você sobre essa mudança que teve no INPS”, ao que Marisa
respondeu que não poderia esperar, porque tinha de trabalhar. “Então,
volta amanhã”, disse Lula, que guardou o documento dela, para ter
certeza que ela voltaria.
Ainda segundo o livro, quando ela voltou, Lula tentou
explicar as novas mudanças na lei, mas “não falava nada que fizesse
muito sentido, simplesmente porque nenhuma lei tinha, de fato,
mudado”.
Lula enrolou e ainda fez Marisa voltar uma terceira vez ao
sindicato, quando bateu o carimbo, não sem antes pegar o telefone dela.
Lula pensava em Marisa o tempo, ligou várias vezes para a
casa dela, sem sucesso, porque ela não estava entusiasmada e pediu à mãe
que não passasse nenhuma ligação dele. Lula descobriu seu endereço e
uma noite foi buscá-la para sair. Mas ela estava esperando um
“namoradinho”, que chegou. Lula, segundo o livro, “dispensou o moço sem
cerimônia” e avisou à mãe de Marisa que ele era o namorado dela.
“A
partir de agora, é só comigo que ela sai”, disse. “Marisa, pega de
surpresa, não reagiu”, diz a autora no livro.
postado por cicero luis
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.