Quem tem vida de luxo nas redes sociais e de pobretão na declaração de Imposto de Renda pode ter problemas.
A Receita Federal
vai cruzar informações do Imposto de Renda de quem gosta de ostentar
nas redes sociais.
O ‘Big Brother’ da Receita pode levar muita gente
para a malha fina.
Aquela selfie no carrão, lanchas, champanhe, muito glamour, os fiscais
da Receita estão vendo. E quem tem vida de luxo nas redes sociais e de
pobretão na declaração de Imposto de Renda pode ter problemas.
Os fiscais da Receita cruzam essas informações desde o ano passado e
não contam quantos já foram pegos, exatamente porque não resistiram à
ostentação.
O engenheiro Marco Túlio Granja, como muita gente, navega muito pelas redes.
“Sempre postando fotos e compartilhando os momentos”, diz.
O que ele não sabia é que a Receita está de olho no que os contribuintes andam postando.
“Não sabia disso, não sabia mesmo, caramba”, surpreende-se Marco.
Mas ele e a maquiadora Mayara Sampaio não estão nem aí.
“Não tenho o que temer também não, eu declaro tudo bonitinho, tudo certinho, como tem que fazer mesmo, diz Mayara.
Isso mesmo, Quem não deve, não teme É como explica o produtor cultural Igor Rodrigues.
“Tem bastante gente que ostenta bastante e com certeza algumas coisas não são declaradas, e ficam ostentando aí”, diz Igor.
Esse é o foco da Receita em mais essa temporada de declaração do Imposto de Renda que começou na semana passada.
É em uma sala da Receita Federal mostrada na reportagem que as
declarações que vão chegando são monitoradas. E em um ambiente de
segurança máxima, supercomputadores analisam as informações enviadas
pelos contribuintes.
No processamento das declarações do Imposto de Renda, esses
computadores estão programados para cruzar todos os dados dos
contribuintes e identificar eletronicamente qualquer caso suspeito de
fraude.
A partir dos dados coletados pelo sistema, os auditores vão se deter
sobre as declarações que levantaram suspeita e comparar os dados do
contribuinte com o que ele posta nas redes sociais.
O coordenador geral de Fiscalização da Receita Federal, Flávio Vilela,
afirma que isso tem sido de grande ajuda ao trabalho de identificar
possíveis sonegadores.
Ele mostra uma tela com um emaranhado de conexões
que um contribuinte investigado pode ter.
A partir de um dado, várias
pessoas são investigadas. Assim, muita gente acaba caindo de uma vez só
na malha fina.
“O auditor fiscal, na experiência dele, ele fiscalizando, ele
identifica, ele vai trabalhando o contribuinte que não tem patrimônio,
ele está lá, ele enxerga na rede social, ou dele ou dos filhos,
geralmente pessoas relacionadas informando que tem um iate, que tem uma
propriedade em tal lugar, um filho, ‘eu viajei para a casa do meu pai na
praia, ou numa ilha’, ou em tal situação, você consegue localizar o
patrimônio dessa pessoa e fazer esse vínculo”, explicou Flávio Vilela.
A Receita não dá detalhes, até para não atrapalhar as investigações,
mas dois mil ‘contribuintes-ostentação’ já foram pegos porque se
exibiram nas redes sociais, contrariando o que estava na declaração de
Imposto de Renda.
E o contrário – acredite – já aconteceu também, Teve o caso de uma
pessoa que apresentou uma declaração de milionário, com patrimônio, na
empresa, de R$ 100 milhões. Mas na rede social estava fazendo um
churrasquinho na laje, singelo demais.
A Receita Federal descobriu que
se tratava de um “laranja”.
postado por cicero luis
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