Após quase um ano preso injustamente,
o vendedor Atercino Ferreira de Lima Filho, de 51 anos, foi solto
nesta sexta-feira (2).
Ele foi condenado a 27 anos de prisão por abusar sexualmente dos filhos quando eles tinham 8 e 6 anos.
Ele foi condenado a 27 anos de prisão por abusar sexualmente dos filhos quando eles tinham 8 e 6 anos.
A condenação foi fundamentada nos
depoimentos dos filhos, que contaram ser obrigadas a mentir sobre os
abusos para prejudicar o pai, que estava separado da mãe.
Atercino estava preso na Penitenciária José Parada Neto, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Atercino estava preso na Penitenciária José Parada Neto, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Atercino e a mulher se separaram em
2002 e os filhos Andrey e Aline ficaram sob a guarda da mãe, que foi
morar na casa de uma amiga.
Lá, os irmãos contam que sofriam maus tratos
e fugiram de casa. Eles moraram em orfanato e quando saíram procuraram
pelo pai e começaram uma batalha para provar a inocência dele.
Em 2012, Andrey registrou em cartório
uma escritura de declaração em que afirmava que nunca havia sofrido
abusos por parte do pai. "Eu, quando criança, era ameaçado e agredido
para mentir sobre abusos sexuais."
Um projeto que começou nos Estados
Unidos, Innocence Project, que tem a missão de tirar da cadeia pessoas
que foram presas injustamente, ajudou a família.
As advogadas pediram a
revisão do processo e, nesta quinta-feira (1º), o Tribunal de Justiça de
São Paulo (TJ-SP) decidiu por unanimidade que o vendedor é inocente.
Dora Cavalcati, diretora do Innocence
Project, explica que os laudos da época da denúncia foram negativos
para violência sexual.
"Uma psicóloga forense atestou, depois de
conversar longamente tanto com o Andrey quanto com a Aline, que eles não
tinham nenhuma sequela de violência paterna por condutas de abuso
sexual.
[Atestou] que, ao contrário, eles foram crianças que cresceram
em meio aos maus tratos infringidos pela mãe e pela companheira da mãe."
"Saber que muita gente apoia a nossa
causa e que muita gente também passa por esse tipo de situação é o que
nos motivou a continuar", disse Aline.
postado por cicero luis
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