Estudo internacional foi feito em 20 países; Inca colheu dados no Brasil.
Pesquisa foi realizada no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Um estudo internacional feito em 20 países sobre políticas de controle
de tabaco, conduzido pelo Canadá e que analisa dados do Brasil, aponta
que o brasileiro fumante consome, em média, 17 cigarros por dia e que,
se pudesse, não teria começado a fumar.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (30). O Instituto Nacional
de Câncer, o Inca, foi o responsável pela coleta de dados.
O levantamento foi feito em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre
com 1.200 fumantes e 600 não fumantes. Dividida em duas fases, a
primeira coleta de informações foi em 2009 e a segunda, entre 2012 e
2013.
De acordo com a pesquisa, 89% dos brasileiros que se declararam
fumantes lamentam ter começado a fumar. O índice é o mesmo da Escócia e
Austrália. No entanto, o maior percentual é o da Tailândia (96%).
Segundo o estudo, 80% dos brasileiros usuários de cigarro declararam
que já tentaram parar de fumar e 54% dos fumantes alegaram ser
dependentes do cigarro.
As razões mais comuns para os fumantes pensarem em desistir de fumar
são a preocupação com a saúde, dar exemplo aos filhos, preocupação com o
efeito da fumaça em não fumantes e as advertências sanitárias
encontradas nos maços de cigarro.
Propaganda e políticas públicas
Estudo internacional foi feito em 20 países, incluindo o Brasil .
O relatório apontou ainda que, além do cigarro, outros produtos
derivados do tabaco utilizados com maior frequência são os cigarros de
cravo (13%), charutos (10%) e narguilé/cachimbos d’água (8%).
Os resultados mostram também que as leis aprovadas no Brasil, que
proíbem a publicidade de cigarros nos pontos de venda, ainda não são
cumpridas.
Paralelamente, de acordo com o estudo, cresceu a exibição de
cigarros em displays atraentes e iluminados em lojas, restaurantes e
outros locais onde são vendidos, sem as advertências de saúde
obrigatórias.
Uma alta porcentagem de fumantes (85%) e não fumantes (92%) concordou
que o governo deveria fazer mais para combater os danos causados pelo
tabagismo, incluindo ações para ajudar quem usa o cigarro a deixar o
vício.
Os achados mostram também que os cigarros tornaram-se economicamente
menos acessíveis entre 2009 e 2013, com uma redução média anual de 2%,
considerando o número de cigarros fumados por dia, o preço pago na
compra de cigarros, a renda familiar e o número de adultos na residência
do fumante.
Dados Vigitel 2013
O governo brasileiro havia divulgado em abril dados sobre fumantes no
país.
Segundo a pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério
da Saúde, 11% da população brasileira se declarou fumante em 2013, 1% a
menos que o índice Vigitel de 2012.
Além disso, entre 2006 e 2013, caiu em 28% o número de fumantes entre
pessoas com idade acima de 18 anos.
A redução da taxa foi ainda maior
entre aqueles que fumam 20 ou mais cigarros por dia. Em 2006, o
percentual era de 4,6% e em 2013, caiu para 3,4%.
Outro dado importante mostra que o consumo de cigarro é maior entre os
homens do que entre as mulheres. Enquanto eles correspondem a 14,4%,
elas, a 8,6%.
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