quarta-feira, 9 de julho de 2014

Alckmin diz 'não ver necessidade' em multar aumento de consumo d'água

Governador diz que 91% da população economizou água após campanha.

Ele também afirmou que agência é quem define cobrança de tarifa extra.

  O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (9) não ver "necessidade" na aplicação de multa a moradores que consumirem água em excesso. 

No entanto, o governador ressaltou que a decisão final caberia à Agência Reguladora de Água e Energia do Estado (Arsesp).

Alckmin tinha anunciado a sobretaxa em 21 de abril para moradores abastecidos pelo Sistema Cantareira caso registrassem aumento no consumo de água. 

A cobrança estava prevista para começar em maio, mas não foi aplicada desde então.

"Quem estabelece tarifa é a Arsesp. Eu não vejo necessidade mais [da cobrança] porque nós estamos com 91% da população que aderiu ao uso racional da água. Quase metade, mais de 40% ganhou o bônus. 

Mas é a Arsesp que decide", disse Alckmin após cerimônia de comemoração da Revolução Constitucionalista de 9 de Julho, na Academia da Polícia Militar do Barro Branco, na Água Fria, na Zona Norte de São Paulo.

Alckmin tenta se reeleger ao cargo de governador no Palácio dos Bandeirantes e uma cobrança de tarifa poderia diminuir sua popularidade entre os eleitores.


Multa para gastos acima da média

Ao anunciar a multa, o governador tinha informado que quem gastasse acima da média pagaria conta 30% mais cara. 

Já os consumidores que conseguissem economizar 20% teriam desconto de 30%.


Segundo o governo, a multa foi planejada como forma de incentivar a economia de água em um momento de recorde negativo no nível dos reservatórios do Sistema Cantareira.

Retirada de água do volume morto do Sistema Cantareira, na cidade de Joanópolis, no interior de São Paulo, nesta quinta-feira.  (Foto: Luciano Claudino/Código 19/Estadão Conteúdo)Retirada de água do volume morto em
Joanópolis .

Queda constante no Sistema Cantareira.

Nos primeiros seis meses do ano, o sistema acumulou quedas em 165 dias. 

 O número significa que em 90% dos 181 dias do período o Cantareira entregou para a população mais água do que recebeu das chuvas. 

O conjunto de represas abastece 9 milhões de pessoas na Grande São Paulo.


No período choveu 494,4 milímetros – 56,5% do índice previsto segundo a média histórica, que era de 875,1 milímetros.

Os dados são da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).


A sequência de quedas é causada, principalmente, pela estiagem. Na semana passada, o comitê que acompanha a crise no Cantareira decidiu que a Sabesp deve fazer nova redução no volume de água retirada dos reservatórios do sistema.

A Sabesp previa usar 20,9 metros cúbicos por segundo no mês de julho. Porém, o Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira (GTAG) recomendou à Agencia Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) que estabeleçam como meta o uso de 19,7 metros cúbicos por segundo na primeira quinzena do mês. Depois disso, a situação será reavaliada.


Nesta semana a Sabesp anunciou nova medida para auxiliar, indiretamente, parte da população que depende do Cantareira. 

O Sistema Rio Grande terá 500 litros por segundo destinados ao Sistema Alto Tietê, que já abastece parte da população que dependia do Cantareira.


Volume morto e campanhas

Após descartar o racionamento como solução, a Sabesp realizou obras para captar o chamado volume morto – reserva técnica que fica abaixo do nível das comportas. 

Essa água começou a ser retirada com a ajuda de bombas flutuantes em 16 de maio. Com a entrada de 182,5 bilhões de litros de água dessa reserva, o volume do sistema saltou de 8,2% para 26,7%. Em 30 de junho, o percentual chegou a 20,6%.


Nesta quinta-feira (3), o sistema atingiu pela primeira vez o total acumulado de 20% após o início do uso do volume morto. Se o uso do "fundo das represas" não entrasse na conta, o nível seria de 1,5% da capacidade.

No primeiro semestre, fevereiro foi o mês do ano com o maior total de pontos percentuais perdidos de água: 5,5.

Apenas em seis dias nos seis primeiros meses do ano o nível do Cantareira subiu. 

Quatro deles foram em março, quando choveu 193,5 mm (9,4 mm a mais do que o esperado, que era 184,1 mm). Este foi o único mês em que o volume de precipitação superou o aguardado.


Queda constante em junho

Apesar de fevereiro ter sido o mês em que mais o Sistema Cantareira perdeu água, junho foi um dos mais críticos para o sistema.

Além de já ter todas as medidas antirracionamento aplicadas - parte da população abastecida por outros sistemas, política de descontos, redução na vazão - e uma temperatura média 6,8ºC menor do que em fevereiro,  o mês de junho teve queda constante no nível de água e não apresentou recuperação em nenhum dia. Foram perdidos 4,2 pontos percentuais, uma média de 0,14 por dia.

A crise se agravou pela baixa quantidade de chuvas na região. Bem abaixo da média de 56 milímetros, choveu apenas 15,9 milímetros durante todo o mês.


Em julho, mês de inverno e também com previsão de poucas chuvas, a crise deve continuar se agravando. 

Até agora ainda não choveu na região dos reservatórios durante os primeiros dias do mês.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, que também forneceu as temperaturas médias mensais de 2014, a previsão para julho é de poucas chuvas na região dos reservatórios.

Nível acumulado de água no Sistema Cantareira, que abastece a população da Grande São Paulo, chegou a 8,4%, segundo medição divulgada pela Sabesp na quarta-feira (14). Na imagem, reservatório na região de Joanópolis.  (Foto: Denny Cesare/ Estadão Conteúdo)Em junho, Sistema Cantareira perdeu 4,2 pontos percentuais de seu volume .
   









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