Estudo feito com 33 mil pessoas mostra, no entanto, que ‘millennials’ aceitam melhor o sexo fora do casamento.
Pesquisa realizou mais de 30 mil entrevistas
SAN DIEGO - Apesar de terem à mão diversos aplicativos de “pegação”, como o Tinder e o Kickoff, a geração atual está fazendo menos sexo do que seus pais, de acordo com uma pesquisa publicada nesta terça-feira no jornal especializado em comportamento sexual “Archives of Sexual Behavior”.
Os pesquisadores, liderados pela professora Jean M. Twenge, do departamento de Psicologia da Universidade Estadual de San Diego, descobriram que o sexo antes do casamento e a homossexualidade nunca foram tão bem aceitos entre os americanos como hoje. Em compensação, a geração atual tem menos parceiros sexuais do que a anterior.
Os cientistas — entre eles, Ryne Sherman, da Universidade Atlântica da Flórida, e Brooke E. Wells, da Hunter College, em Nova York — analisaram os dados de um levantamento de alcance nacional (o General Social Survey) feito com mais de 33 mil americanos adultos entre 1972 e 2012.
O resultado mostrou que, dependendo da geração abordada, há diferenças profundas nas atitudes sexuais com relação ao sexo fora do casamento e ao número de parceiros sexuais.
— As mudanças se devem principalmente por causa das gerações, o que sugere que as pessoas formam seus comportamentos sexuais enquanto são jovens, em vez de todas as pessoas de todas as idades mudarem ao mesmo tempo — explica Jean, autora do livro “Generation me” (“Geração eu”, em tradução livre), sobre o comportamento autocentrados e egoísta dos millennials. — Isto tem causado um abismo entre as gerações, tanto em relação ao sexo antes do casamento quanto ao número de parceiros sexuais.
A maior diferença se dá entre a chamada Grande Geração, que nasceu no início dos anos 1900, e os baby-boomers, nascidos na década de 1940 e 1950, depois da Segunda Guerra Mundial.
No entanto, os millennials, das décadas de 1980 e 1990, estão mais propensos a aceitar o sexo antes do casamento do que seus pais, nascidos nos anos 1960, que pertencem à Geração X. Depois de mudanças quase imperceptíveis durante os anos 1980 e 1990, a aceitação do sexo antes do casamento aumentou de 42% em 2000 para 58% em 2012.
Já a aceitação das relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo mais do que triplicou, passando de 13% em 1990 para 44% em 2012. O número de parceiros sexuais também variou substancialmente de acordo com a geração: 2,16 para a Grande Geração, 11,68 para os baby-boomers e 8,26 para os millennials. Sendo assim, os dados mostraram que a geração atual tem menos parceiros sexuais do que seus pais.
— Os millennials aceitam melhor o sexo fora do casamento do que qualquer geração anterior, no entanto, têm menos parceiros sexuais do que a Geração X. Isso é consistente com a imagem dos millennials de uma geração mais individualista e tolerante para aceitar as escolhas dos outros e fazer suas próprias — avalia Jean.
A professora acredita que essas mudanças no comportamento sexual do americano estão ligadas ao crescente individualismo cultural.
— Quando a cultura coloca mais ênfase sobre as necessidades individuais e menos sobre as regras sociais, atitudes mais relaxadas em relação à sexualidade são um resultado quase inevitável — comenta Jean.
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