Pimenta.
Pimenta é o nome comum dado a várias plantas, seus frutos e
condimentos deles obtidos, de sabor geralmente picante.
Porém, este
termo tem acepções diferentes nos vários países lusófonos.
Já o termo pimento ou pimentão é utilizado para as variedades doces de Capsicum annuum, também designadas como pimentas-doces.
As variedades de Piper nigrum são designadas por pimenta-do reino.
O termo malagueta ou pimenta-malagueta é usado para variedades de Capsicum frutescens.
Em Portugal, o termo é aplicado sobretudo para os géneros Piper e Pimenta e para condimentos obtidos a partir de Capsicum, como a pimenta-caiena.
Para as plantas do género Capsicum se usam pimento, malagueta ou piripíri; o primeiro é mais usado para as variedades doces de Capsicum annuum e os últimos para as variedades picantes; o termo piripíri refere-se geralmente a Capsicum frutescens.
Embora hajam diversas espécies de pimentas provindas do continente
africano, foram os europeus que incluíram em sua culinária a pimenta e
deram inicio a domesticação de sua cultivação.
Em Moçambique as variedades de Piper são chamadas pimenta-redonda; piripíri refere-se aos frutos pequenos de Capsicum frutescens, e malagueta às variedades de tamanho maior; em Angola, o termo preferido é jindungo.
Além das referidas acima, existem várias outras plantas que, embora
não sejam usadas como especiarias, são também chamadas de pimentas.
A Pimenta síria é uma mistura de especiarias que inclui as pimentas do reino e da jamaica.
Propriedades botânicas
Os componentes mais característicos encontrados exclusivamente nas pimentas são alcaloides
denominadas capsaicinóides, responsáveis pela ardência que produzem
quando entram em contato com as células nervosas da boca e das mucosas.
São divididas em duas categorias 2 :
Encontrada nas nervuras do fruto das pimentas vermelhas. Age provocando uma surpreendente aceleração do metabolismo no local, dilatando os vasos capilares e aumentando o fluxo sanguíneo, o que propicia um substancial aumento do fluxo de nutrientes e de oxigênio
à área atingida e, além disso, estimula as ramificações nervosas,
elevando a capacidade dos sistemas imunológico e anti-inflamatório e
melhorando a capacidade de cicatrização e a ação bacteriológica 3 .
Muito concentrada na pimenta-do-reino, porém presente também nas sementes de diversas espécies de pimentas hortícolas.
Essas duas substâncias isoladas não possuem qualquer cheiro ou sabor,
apesar do ardor que ambas provocam, cada qual ao seu modo. A piperina
produz ardência através da ação causticante, queimando as células
superficiais da mucosa atingida.
Ação metabólica
A ação da pimenta e seus efeitos no metabolismo humano acontecem da seguinte forma: quando uma pessoa ingere um alimento apimentado, a capsaicina ou a piperina
estimula os receptores sensíveis existentes na língua e na boca.
Ao
serem atingidos quimicamente por tais substâncias, esses receptores
nervosos transmitem ao cérebro
uma mensagem informando que a sua boca estaria sofrendo queimaduras.
Imediatamente o cérebro gera uma resposta ordenando ações no sentido de
salvá-lo do suposto fogo e, com isso, vários agentes entram em cena para
refrescá-lo: a pessoa começa a salivar, sua face transpira e seu nariz
fica úmido.
Além disso, embora a pimenta não tenha provocado nenhum dano
físico real, seu cérebro, enganado pela informação de que sua boca
estaria pegando fogo, começa a fabricar endorfinas que permanecem por um bom tempo no seu organismo, provocando uma sensação de bem-estar.
Além da coloração intensa e dos sabores picantes, associados aos
caprichos e à sedução, a pimenta historicamente tem sido considerada
como um suposto afrodisíaco.
Já no século XVI era proibida aos jovens sob a suspeita de estimular a sensualidade.
Mas tudo isso surpreendentemente pode ter fundamentos razoáveis, uma
vez que a capsaicina, ao provocar o aumento dos níveis de endorfina, faz
com que o sistema nervoso central
responda com uma agradável sensação de prazer e bem-estar, além de
elevar a temperatura corporal e ruborizar a face, condições propícias ao
afloramento espontâneo da sensualidade.
Principais espécies por gênero
Piper
- Piper negrum - Pimenta-preta, conhecida como pimenta-redonda ou pimenta-do-reino
- Piper guineense - Pimenta-de-são-tomé
- Piper longum - Pimenta-longa
Capsicum
- Capsicum annuum - pimentão (no Brasil) ou pimento (em Portugal), que é uma pimenta doce, Jalapeño, Pimenta-caiena
- Capsicum baccatum - pimenta-dedo-de-moça, pimenta-cumari e cambuci. No Brasil também pimenta-calabresa.
- Capsicum frutescens - Pimenta-malagueta, também chamada piripíri, jindungo ou malagueta
- Capsicum chinense - Pimenta-murupi, Savina-vermelha
- Capsicum pubescens
- Bhut Jolokia - provável híbrido de C. chinense e C. frutescens, era considerada a pimenta mais ardida de todas até 2012. Perdeu esse título para a Trinidad Scorpion e desde 26 de dezembro de 2013 a pimenta mais ardida é a Carolina Reaper 4 .
Pimenta
- Pimenta dioica - Pimenta-da-jamaica
Outros gêneros
- Pimenta-da-áfrica - Xylopia aethiopica
- Pimenta-de-macaco - Xylopia aromatica
- Pimenta rosa - Schinus molle e Schinus terebinthifolius
- Pimenta-do-japão - Zanthoxylum piperitum
- Pimenta-de-sichuan - mistura do pó das cascas de Zanthoxylum simulans e Zanthoxylum bungeanum
- Pimenta-da-guiné - Aframomum melegueta
Ligações externas
- Capsicum, Pimentas e pimentões no Brasil (em português) no sítio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
- Cultivo da pimenta (em português) no sítio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
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