Projeto 'Água Viva' surgiu em 2012, com financiamento da
União Europeia.
Iniciativa é finalista de prêmio da Fundação Banco do Brasil.
A ideia é simples: reutilizar a água servida na irrigação de
frutas e hortaliças.
Foi partindo deste conceito de reuso de água que o projeto
‘Água Viva: Mulheres e o redesenho da vida no semiárido do Rio Grande do
Norte’, desenvolvido pelo Centro Feminista 08 de Março (CF8), localizado em
Mossoró, em parceria com a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa),
investiu na construção de tecnologias sociais para a filtragem de água para
melhorar o funcionamento da irrigação no assentamento Monte Alegre I,
localizado na zona rural do município de Upanema, na região Oeste do estado.
O projeto foi anunciado na última quinta-feira (9) como um
dos três finalistas do ‘Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologias Sociais’
na categoria ‘Mulheres’. Caso saia vencedor, o projeto receberá uma premiação
no valor de R$ 50 mil.
De acordo com Camila Silvestre, assessora de comunicação do
Centro Feminista, o projeto é desenvolvido desde 2013.
“O projeto nasceu a
partir da própria necessidade, em virtude da falta de água”, explicou Camila.
Ainda de acordo com a assessora, o projeto começou a ser desenvolvido a partir
do financiamento conseguido junto ao EuropeAid, iniciativa de cooperação ao
desenvolvimento internacional da União Europeia, voltada ao combate da pobreza
no mundo.
“Inscrevemos o projeto sob o nome ‘Do quintal ao mar’. O
projeto inscrito no edital tinha a proposta de trabalhar com mulheres rurais e
semiurbanas, voltado para a inclusão da mulher no meio produtivo e
consequentemente a obtenção de autonomia financeira. O Água Viva se encaixou
neste perfil”, completou Camila.
Cada filtro funciona da seguinte maneira: Tubos são
instalados nas residências, captando a água servida, utilizada na lavagem de
roupas, louça e da casa, e enviando para uma caixa de passagem.
De lá, a 'água
cinza' segue para um tanque séptico, aonde começa o processo de filtragem.
A
água passa ainda por um filtro orgânico, até chegar ao reservatório. Deste
último ponto, a água é liberada para o sistema de aplicação por meio de uma
bomba manual, sendo utilizado na agricultura de gotejamento.
A coordenadora afirma que em caso de vitória, todo o dinheiro
da premiação será revertido para a replicação dos filtros. “Nosso objetivo é
auto-organizar mulheres por todo o Rio Grande do Norte.
Nossa intenção é
continuar replicando esta tecnologia para dar mais autonomia financeira, por
meio da agricultura, a estas mulheres e melhorar a convivência das comunidades
com o semiárido e a seca”, finalizou a coordenadora geral do projeto.
Esquema gráfico do sistema de filtragem desenvolvido pelo
projeto 'Água Viva' .
Iniciativa popular.
Segundo Conceição Dantas, coordenadora geral do Centro
Feminista, durante todo o processo de construção do projeto, as mulheres
atendidas pelo centro participaram das decisões.
“Nosso objetivo é
auto-organizar as mulheres e não impor algo. A ideia de reutilizar a ‘água
cinza’, usada na lavagem de louça, das roupas e de casa, surgiu do grupo de
mulheres do assentamento Monte Alegre I, é uma iniciativa popular”, disse a
coordenadora.
A partir da ideia, agrônomas do CF8 e pesquisadores da Ufersa
realizaram testes práticos e laboratoriais até concluírem uma tecnologia social
capaz de tornar a água filtrada mais adequada para o plantio.
Ainda de acordo
com Conceição, três unidades dos filtros já foram instalados no projeto de
assentamento Monte Alegre I, beneficiando cerca de 30 moradores da localidade.
Fonte: G1/ Rn
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